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Política

Explosões de lanchas viram alvo de audiência pública nesta sexta (21) em Cabo Frio

Vereadora quer cobrar explicações sobre processo de fiscalização das embarcações de turismo

20 junho 2024 - 18h54Por Redação
Explosões de lanchas viram alvo de audiência pública nesta sexta (21) em Cabo Frio

Pelo menos 10 turistas de Vitória, no Espírito Santo, ficaram feridos na explosão de mais uma lancha em Cabo Frio. O caso aconteceu na última segunda-feira (17). Foi a terceira explosão de uma embarcação em águas cabo-frienses em menos de 40 dias. O caso chamou a atenção da vereadora Alexandra Codeço, que convocou uma audiência pública para esta sexta (21), às 10h, no plenário da Câmara de Vereadores. O objetivo é debater a fiscalização das embarcações de turismo na cidade.

– Quando houve a primeira explosão ficamos chocados, mas pensamos ter se tratado de um fato isolado. Aí aconteceu a segunda explosão sete dias depois e comecei a ficar intrigada. Mas só quando tivemos a terceira explosão, esta semana, percebi que pode ter algo errado com relação à fiscalização dessas embarcações. São três explosões em cerca de 35 dias. É quase impossível acreditar que trata-se de uma mera coincidência, de um acaso - explicou a vereadora em conversa com a Folha.

Na semana passada Alexandra já havia protocolado na Câmara um projeto de lei que trata sobre políticas de turismo sustentável. O PL 0060/2024, que entrou na pauta nesta terça-feira (18), define que governo municipal “deverá criar programas específicos por meio de seus órgãos competentes que incentivem a implantação e ampliação de políticas de desenvolvimento do ecoturismo e do turismo sustentável”. Estabelece ainda a criação de incentivos fiscais e financeiros “às instituições públicas e privadas que direcionem investimentos para o desenvolvimento das localidades que possuam potencial para o desenvolvimento do ecoturismo e do turismo sustentável e que estimulem, mediante programas específicos, a implantação de políticas corretas no tocante ao ecoturismo e ao turismo sustentável, bem como a pesquisa e implementação de processos que utilizem as chamadas tecnologias limpas”.

– O turismo náutico tem um enorme potencial sustentável porque pode contribuir para a preservação do meio ambiente marinho, e ainda promover educação ambiental. Mas sem uma fiscalização eficaz, o que seria um ponto positivo vira negativo porque essas explosões causam vazamento de combustíveis e óleos, que são altamente tóxicos para a vida marinha. Produtos químicos perigosos também são liberados, contaminando a água e afetando a saúde dos organismos marinhos. Tem ainda os destroços das lanchas que se tornam lixo marinho e podem ser ingeridos pelos animais, afetando o ecossistema. A destruição de habitats essenciais e a mortandade direta de peixes são consequências devastadoras para a biodiversidade. Fora os impactos para a saúde humana. Por isso considero de extrema urgência a realização dessa audiência pública - explicou Alexandra.

De acordo com a vereadora, foram convidados, por ofício, representantes da Marinha, Capitania dos Portos e Secretaria de Turismo, além de todos os vereadores e representantes de outros órgãos da cidade ligados ao turismo.

MARINHA INVESTIGA CAUSA DAS EXPLOSÕES

Antes do caso desta semana, no dia 17 de maio uma embarcação pegou fogo perto da Ilha do Papagaio: os cinco adultos que estavam à bordo se jogaram no mar e escaparam ilesos. Sete dias antes (10/05) seis turistas da cidade de Itaguara, em Minas Gerais, ficaram feridos quando a lancha em que estavam explodiu entre o Canal do Itajuru e a Ilha do Japonês. Para todos os casos, a Marinha informou ter aberto um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) com o objetivo de investigar as causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades das explosões.

No caso desta semana, havia 11 pessoas embarcadas na hora da explosão (uma delas, o piloto). Segundo informações, o acidente aconteceu minutos após a lancha parar para abastecer. Todas as vítimas foram atendidas, inicialmente, no Hospital Central de Emergências (HCE), em São Cristóvão, e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Parque Burle. Três pessoas que tiveram escoriações leves já receberam alta. Os demais pacientes precisaram ser transferidos.

Entre as vítimas graves estão um homem de 36 anos, uma criança de 1 ano e meio, e outra de 4 anos que teve 100% de queimaduras no rosto. Até o fechamento desta edição todos continuavam internados no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. Outra vítima da explosão foi uma mulher de 26 anos, grávida de três meses, que foi transferida para o Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói. O estado de saúde dela é estável. Outros quatro adultos seguem internados em hospitais de Niterói, São Gonçalo e Araruama, em estado estável.