RODRIGO BRANCO
Depois de tanta celeuma e bate-boca público envolvendo o polêmico empréstimo a título de antecipação dos royalties, possibilidade prevista por Resolução 43/2011 do Senado Federal, também chamada de Lei Crivella, fez-se o silêncio. Envolto em mistérios e especulações, o assunto, antes falado aos quatro ventos, agora é motivo de discrição e sigilo.
Desde que trocou farpas com o deputado estadual Janio Mendes (PDT), que recolhe assinaturas para ação pública impedindo a operação, o prefeito Alair Corrêa, que divulgou vídeo rebatendo o parlamentar, não se pronuncia publicamente. Sua assessoria também não retornou até o fechamento da edição às chamadas da reportagem. Nesse contexto, a boataria ganha corpo e versões contrárias dão conta tanto de que o dinheiro sairá em breve, como que não há mais chance disso acontecer.
No Legislativo, onde o prefeito compõe maioria, a situação é semelhante, mesmo após uma tentativa do vereador Adriano Moreno (PP) de convocar Alair e Janio para prestar esclarecimentos na tribuna, fato que, ao menos por ora, parece distante pela ação da bancada governista.
A situação tem trazido embaraços ao Legislativo, sobretudo pela pressa na aprovação por 16 votos a um, da mensagem do Executivo solicitando autorização para a operação, ocorrida há três meses. Para o vereador Aquiles Barreto (SD), único a votar contra o empréstimo na ocasião, o debate em plenário ajudaria a evitar o desgaste.
– Acredito que o prazo é curto para os vereadores tomarem o conhecimento mínimo sobre o teor das propostas que são votadas com base nos requerimentos de urgência. Um exemplo é a votação para a antecipação dos royalties. Votamos, muitos sem saber exatamente do que se tratava, além disso o tema gerou polêmica na cidade com a população perdida no meio disso. Já se passaram seis meses e até agora nenhum recurso foi liberado. Então, a matéria poderia ter sido analisada com mais calma – avaliou Aquiles.
Na sessão de hoje, a expectativa é por novos capítulos.