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Após aprovação sumária na Câmara e bate-boca, antecipação dos royalties é tratada com cautela e sigilo

Em Cabo Frio, incógnita permanece

17 setembro 2015 - 09h43

RODRIGO BRANCO

 

Depois de tanta celeuma e bate-boca público envolvendo o polêmico empréstimo a título de antecipação dos royalties, pos­sibilidade prevista por Resolu­ção 43/2011 do Senado Federal, também chamada de Lei Cri­vella, fez-se o silêncio. Envolto em mistérios e especulações, o assunto, antes falado aos quatro ventos, agora é motivo de discri­ção e sigilo.

Desde que trocou farpas com o deputado estadual Janio Men­des (PDT), que recolhe assinatu­ras para ação pública impedin­do a operação, o prefeito Alair Corrêa, que divulgou vídeo re­batendo o parlamentar, não se pronuncia publicamente. Sua assessoria também não retornou até o fechamento da edição às chamadas da reportagem. Nesse contexto, a boataria ganha corpo e versões contrárias dão conta tanto de que o dinheiro sairá em breve, como que não há mais chance disso acontecer.

No Legislativo, onde o prefei­to compõe maioria, a situação é semelhante, mesmo após uma tentativa do vereador Adriano Moreno (PP) de convocar Alair e Janio para prestar esclareci­mentos na tribuna, fato que, ao menos por ora, parece distante pela ação da bancada governista.

A situação tem trazido emba­raços ao Legislativo, sobretudo pela pressa na aprovação por 16 votos a um, da mensagem do Executivo solicitando autoriza­ção para a operação, ocorrida há três meses. Para o vereador Aquiles Barreto (SD), único a votar contra o empréstimo na ocasião, o debate em plenário ajudaria a evitar o desgaste.

– Acredito que o prazo é cur­to para os vereadores tomarem o conhecimento mínimo sobre o teor das propostas que são votadas com base nos requerimentos de urgência. Um exemplo é a votação para a antecipação dos royalties. Votamos, muitos sem saber exatamente do que se tra­tava, além disso o tema gerou polêmica na cidade com a po­pulação perdida no meio disso. Já se passaram seis meses e até agora nenhum recurso foi libera­do. Então, a matéria poderia ter sido analisada com mais calma – avaliou Aquiles.

Na sessão de hoje, a expecta­tiva é por novos capítulos.