Quase três anos após a prisão de Glaidson Acácio dos Santos, a Justiça do Rio deu início, nesta quarta-feira (24), ao julgamento do ex-garçom, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”. Ele foi capturado pela Polícia Federal em agosto de 2021. Acusado de lesar clientes através de um esquema de pirâmide financeira disfarçada de investimento em bitcoins, Glaidson responde por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Na época, os agentes encontraram cerca de R$ 14 milhões em dinheiro, além de barras de ouro, jóias e carros de luxo em posse do ex-garçom, totalizando cerca de R$ 470 milhões. Ele segue encarcerado na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, e acompanhou o primeiro dia de audiência de forma virtual.
Glaidson era o principal responsável pela GAS Consultoria, empresa com sede em Cabo Frio, e que foi utilizada para dar golpe em milhares de pessoas, oferecendo lucros de 10% ao mês sobre o valor supostamente investido em criptomoedas. Ao todo são quase 600 processos contra o ex-garçom. Além dele, outras 20 pessoas são acusadas de envolvimento no crime de pirâmide financeira, entre elas Tunay Pereira Lima, Arthur dos Santos Leite e Mirelis Yoseline Diaz Zerpa (mulher e sócia de Glaidson na GAS): os três também estão presos. Além do golpe, Glaidson também é réu por envolvimento em homicídios e tentativa de homicídios contra outras pessoas que atuavam com investimento em bitcoin.
Ao todo foram três horas de audiência com depoimento de seis testemunhas de acusação, entre elas vítimas da GAS e policiais envolvidos na investigação. O primeiro a depor foi o delegado Guilherme de Paula Machado Catramby, responsável pela operação que resultou na prisão de Glaidson. Ao juiz Gustavo Kalil (da 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado), o policial detalhou todo o modo de atuação da quadrilha, e revelou ainda como o ex-garçom atuava como líder da organização criminosa.
Os policiais Marcelo Ricardo Santos da Silva e Carlos Magno Maurício de Sousa também prestaram esclarecimentos, no entanto o depoimento deles foi sobre a suposta participação de Glaidson no homicídio de Wesley Pessano, em São Pedro da Aldeia. Uma próxima audiência já está confirmada para o dia 4 de setembro. Na ocasião, serão ouvidas as testemunhas de defesa do ex-garçom.
