REVIRAVOLTA: Cartão Dignidade pode continuar
Apesar de rumores, secretário está otimista com permanência do programa
A próxima semana será de apreensão para os cerca de 120 mil passageiros que se beneficiam do Cartão Dignidade em Cabo Frio. Isto porque ela coincide com o fim do prazo dado pelo prefeito Alair Corrêa (PP) para a entrada de novos recursos que garantam a manutenção do programa, durante uma de suas últimas aparições públicas, na entrega do cargo de interventor da Saúde, há um mês.
Com o aguardado empréstimo bancário emperrado, cresceu nos últimos dias os rumores de que o projeto, de fato, será extinto a partir de quinta-feira, dia 1º. Inclusive, circula entre funcionários da empresa de ônibus que opera na cidade, que não quiseram se identificar, a versão de que o benefício será cortado já nesta semana.
No entanto, apesar da boataria e das pressões, o clima no Governo passou a ser de otimismo. Uma reunião para tratar do assunto aconteceu anteontem na Prefeitura e, de acordo com o secretário municipal de Transportes, Victor Moreira, houve avanços para a manutenção do projeto, considerado um dos carros-chefe da administração municipal.
Sem dar detalhes do encontro, o secretário disse que o prefeito acenou com a possibilidade de assumir os custos com o cartão que, possivelmente, passariam a ser bancados com a verba economizada com cortes de despesas na máquina pública. Victor Moreira citou, por exemplo, que a Prefeitura vai acabar com a frota de carros que serve ao secretariado, que passará a trabalhar com os próprios veículos.
– Estive com o prefeito ontem (anteontem) e fiquei muito satisfeito com o que ouvi. Ainda não é possivel dizer isso como 100% de certeza, mas é praticamente certo que o Cartão Dignidade vai continuar. O prefeito não disse quais são, mas está tomando todas as medidas para que ele continue – garantiu o secretário.
Um dos entraves, no entanto, seria a renegociação entre a Prefeitura e a empresa de ônibus, que chega a três meses. Como a estimativa é de que o custo mensal do programa é de R$ 2,5 milhões, a dívida beiraria os R$ 8 milhões. Os termos do parcelamento estão a critério da Prefeitura e da secretaria de Fazenda.
Victor Moreira também tratou de rechaçar a versão de que o fim do cartão é algo consumado, conforme rumores citados no início da reportagem.
– Algumas pessoas falam coisas para desestabilizar politicamente, apostando no pior para a população, mas estamos trabalhando com muita ênfase para manter o cartão. É questão de aguardar mais alguns dias – diz.
No fim de março, durante coletiva para o anúncio da reforma administrativa e do corte de 4 mil servidores, o prefeito Alair Corrêa já tinha anunciado o aumento da tarifa de R$0,50 para R$1,50, com o objetivo de diminuir a sangria nos cofres municipais, mas com o agravamento da crise, a medida se tornou ineficaz, a ponto do desabafo do mandatário diante dos jornalistas há um mês.