Política

Alessandro Molon sai do PT; Glauber e Brizola Neto chegam ao PSOL

Bastidores da política fluminense pegam fogo

26 SET 2015 • POR • 09h00

A aguardada ‘janela’, período de 30 dias em que será permitida a mudança de partido para de­putados e vereadores, ainda não está em vigor, mas os bastidores da política fluminense pegam fogo. Na última semana, três tro­cas movimentaram o panorama das representações partidárias tanto na Câmara dos Deputados como na Câmara dos Vereadores do Rio, todas em partidos consi­derados de esquerda.

A última delas foi anuncia­da ontem pelo deputado federal Alessandro Molon, que saiu do PT depois de 18 anos para se fi­liar à recém-criada Rede Susten­tabilidade, legenda criada pela ex-senadora e ex-candidata à Presidência da República no ano passado, Marina Silva.

Em seu comunicado pelo Fa­cebook, Molon agradeceu o an­tigo partido pelo período em que ficou filiado e aos seus eleitores, mas justificou a saída, sem en­trar em detalhes, por ter ‘posição contrária aos caminhos escolhi­dos pelo partido’ que ‘tudo indi­ca que continuarão os mesmos’. Seu posicionamento foi muito criticado por militantes e simpa­tizantes petistas.

Vale lembrar que pelo fato de a Rede Sustentabilidade ser um partido novo, a legislação não coíbe a mudança de legenda, mesmo que o período de ‘janela’ não esteja em vigência.

Dias antes, o deputado fede­ral Glauber Braga, ex-PSB, e o vereador carioca Leonel Brizola Neto, oriundo do PDT, anuncia­ram a ida para o PSOL, depois de um longo período de desgaste em seus antigos partidos.

Glauber, opositor ferrenho do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem fre­quentemente critica em plenário, acabou se incompatibilizando com a Executiva dos socialistas após perder o cargo de presiden­te estadual da sigla para o sena­dor Romário, em março.

– A minha entrada no PSOL vem por afinidade programática com as teses que o PSOL já vem defendendo ao longo dos anos, e com o acúmulo que o Psol tem na sociedade, na sua prática po­lítica – disse Glauber, cuja as­sessoria informou que, mesmo fora da ‘janela’, ‘fatos jurídicos comprovam perseguição política e nesse caso, há justificativas e provas de que o convívio não era mais possível’.

Já Brizola Neto vinha há mui­to tempo em rota de colisão com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. A relação entre os dois piorou significamente de­pois que Lupi e a Executiva do partido não cederam a legenda para que Brizola Neto concor­resse à reeleição para a Câma­ra do Rio pelo histórico partido fundado pelo seu avô.