Alessandro Molon sai do PT; Glauber e Brizola Neto chegam ao PSOL
Bastidores da política fluminense pegam fogo
A aguardada ‘janela’, período de 30 dias em que será permitida a mudança de partido para deputados e vereadores, ainda não está em vigor, mas os bastidores da política fluminense pegam fogo. Na última semana, três trocas movimentaram o panorama das representações partidárias tanto na Câmara dos Deputados como na Câmara dos Vereadores do Rio, todas em partidos considerados de esquerda.
A última delas foi anunciada ontem pelo deputado federal Alessandro Molon, que saiu do PT depois de 18 anos para se filiar à recém-criada Rede Sustentabilidade, legenda criada pela ex-senadora e ex-candidata à Presidência da República no ano passado, Marina Silva.
Em seu comunicado pelo Facebook, Molon agradeceu o antigo partido pelo período em que ficou filiado e aos seus eleitores, mas justificou a saída, sem entrar em detalhes, por ter ‘posição contrária aos caminhos escolhidos pelo partido’ que ‘tudo indica que continuarão os mesmos’. Seu posicionamento foi muito criticado por militantes e simpatizantes petistas.
Vale lembrar que pelo fato de a Rede Sustentabilidade ser um partido novo, a legislação não coíbe a mudança de legenda, mesmo que o período de ‘janela’ não esteja em vigência.
Dias antes, o deputado federal Glauber Braga, ex-PSB, e o vereador carioca Leonel Brizola Neto, oriundo do PDT, anunciaram a ida para o PSOL, depois de um longo período de desgaste em seus antigos partidos.
Glauber, opositor ferrenho do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem frequentemente critica em plenário, acabou se incompatibilizando com a Executiva dos socialistas após perder o cargo de presidente estadual da sigla para o senador Romário, em março.
– A minha entrada no PSOL vem por afinidade programática com as teses que o PSOL já vem defendendo ao longo dos anos, e com o acúmulo que o Psol tem na sociedade, na sua prática política – disse Glauber, cuja assessoria informou que, mesmo fora da ‘janela’, ‘fatos jurídicos comprovam perseguição política e nesse caso, há justificativas e provas de que o convívio não era mais possível’.
Já Brizola Neto vinha há muito tempo em rota de colisão com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. A relação entre os dois piorou significamente depois que Lupi e a Executiva do partido não cederam a legenda para que Brizola Neto concorresse à reeleição para a Câmara do Rio pelo histórico partido fundado pelo seu avô.