Uso da Reserva Estrativista Cabista é polêmica
Limitação de passageiros para passeios de barco é principal fator de divergência
NICIA CARVALHO
Se depender dos operadores de passeios de barco em Arraial do Cabo, parece longe um entendimento que privilegie a preservação da Reserva Extrativista (Resex) do município, criada em 1997. Os principais motivos que vêm gerando polêmica são os valores cobrados pelas embarcações e a capacidade de carga de cada uma delas. A implantação de Bilheteria Única é apontada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela reserva cabista, como uma possível alternativa ao embate.
– É uma possibilidade o ICMbio administrar a bilheteria até porque já gerimos a reserva. Mas, assim como a discussão sobre o Plano de Manejo, a implantação requer debate e determinação de que tipos de produtos turísticos fariam parte desse sistema. Minha atribuição é gerir o mar, não tenho autonomia para interferir nas vendas de passeios de bacos que acontecem na rua, por exemplo – explicou Viviane Pacheco Lasmar, chefe do ICMBio na Região dos Lagos.
Segundo ela, o objetivo é a preservação do meio ambiente e da pesca artesaal de Arraial.
Por outro lado, proprietários de barcos maiores que tem capacidade de transportar até 160 passageiros, por exemplo, criticam proposta de limitar em até 60 pessoas por embarcação. É o caso de Eloy Arruda, presidente da Associação de Turismo Náutico de Arraial do Cabo (Aturnac) e dono da agência ArraialTur que possui um barco para 118 passageiros e outro de 116, e de Roberto Júnior, proprietário da agência Piratas do Caribe, com dois barcos, sendo um de 120 passageiros e outro de 119.
– Eles (donos de barcos menores) querem divisão de mercado. São informais que querem tirar de quem é formal, emprega, paga imposto. A causa deles não é motivada pela preservação da reserva ou do meio ambiente ou do mar. É apenas motivação política. Se fosse ambiental a mudança seria para todos e não apenas para os donos de barcos grandes – disparou Eloy.
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