Requerimento chamando Alair e Janio é adiado e Aquiles entra com mandado de segurança
Empréstimo sob contestação
RODRIGO BRANCO
A cada dia a novela da contratação do empréstimo pela Prefeitura de Cabo Frio para compensar as perdas com royalties ganha novos capítulos – e o de ontem teve como protagonistas os vereadores da cidade. Mas curiosamente os lances mais emblemáticos aconteceram longe dos holofotes. Pelo menos por enquanto.
Conforme a Folha antecipou na última semana, Adriano Moreno, que é do mesmo partido que o prefeito Alair Corrêa, o PP, apresentou requerimento anteontem pedindo que a Mesa Diretora enviasse convite ao mandatário e ao deputado estadual Janio Mendes (PDT) para falar sobre o possível acordo, mas de última hora o pedido foi deixado de lado, apesar de figurar na pauta do dia.
Visivelmente irritado, Adriano preferiu não polemizar e disse que foi informado que a Presidência da Casa tem a prerrogativa regimental de esperar o fim do prazo de cinco dias para colocar o requerimento em votação, o que deve acontecer na próxima terça-feira. Ele preferiu não se estender nos comentários.
– O prefeito fala uma coisa e o Janio fala outra, o que tem causado muita preocupação na cidade. A gente só quer saber quais as condições desse empréstimo – disse.
Único vereador a votar contra a mensagem do Executivo, há quase três meses, que pedia autorização para a operação, Aquiles Barreto (SD) disse que, apesar de respeitar a atitude do colega, a considerou tardia. Para Aquiles, a presença de Alair e Janio na Câmara apenas faria da tribuna um palanque.
– Com todo o respeito ao vereador Adriano, trazer o Janio e o Alair hoje, para questionar números, por fala, não vai adiantar nada. A matéria já foi votada. O que a gente precisa é de dados concretos. Alair precisa vir aqui para dizer onde vai empregar o dinheiro e quais as condições do empréstimo – argumenta.
Aquiles entra com mandado na Justiça
Depois de uma frustrada tentativa de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para tomar parte dos trabalhos da auditoria na secretaria de Saúde, incluindo uma ida à Justiça, Aquiles novamente recorreu à via judicial para conseguir explicações do Governo.
O parlamentar entrou ontem com um mandado de segurança no fórum da cidade a fim de que, na impossibilidade de anulação da sessão em que houve a votação, em 18 de junho, a matéria retorne, modificada, para apreciação na Casa. Na visão de Aquiles, o processo contém vários ‘vícios’.
– Em primeiro lugar, ele foi votado numa rapidez imensa. Segundo, houve um parecer conjunto sem a necessária discussão. Claro que numa sessão extraordinária isso acontece, mas num caso como esse, envolvendo milhões, deveria ter um parecer muito mais técnico e embasado – justifica, entre outras razões.
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