Passeio de barco: instituições discutem manejo
Associações de Arraial avaliam, neste quinta (27), plano para regulamentação da atividade
NICIA CARVALHO
O embate entre diversas associações que exploram atividade turística em Arraial do Cabo, especialmente em relação aos passeios de barco, pode estar mais perto de acabar. O motivo é o encontro que acontece hoje, às 19h, no Tupi Esporte Clube, e que vai discutir propostas para o Plano de Manejo da Reserva Extrativista (Resex) do município, criada em 1997.
Entre os principais pontos da discussão, segundo Wellington Lacerda, membro da Associação de Barqueiros do Píer 2, é o interesse das associações de incluir no plano limite máximo de para transporte de passageiros nos passeios de barco, que seria de até 60 pessoas. O objetivo, segundo ele, é aumentar o número de barcos em operação, no entanto, proprietários de escunas divergem. Com o slogan “Dividir para Multiplicar”, Lacerda, criou a campanha apoiado por outras associações, e alega que a limitação beneficia a distribuição de renda, aumenta a segurança de turistas e moradores, além de minimizar os efeitos no ecossistema.
– Como um barco pequeno consegue disputar com escunas? Ainda mais com preço reduzido, já que o acordo de cobrar R$ 60 não é cumprido? Não temos como trabalhar. É imoral – disparou Lacerda.
Segundo ele, a campanha é para unificar as associações, que diferem de acordo com o tamanho das embarcações, e tentar sensibilizar organismos – como a Marinha, a Associação de Mulheres Pescadoras, Associação de Pescadores de Caícos, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e, até mesmo, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no município, responsável pela Resex Cabista – para a necessidade de fixação do limite de passageiros nas embarcações.
Além destes, compõem ainda o Conselho Deliberativo da Reserva, onde acontecem as discussões sobre a elaboração do plano de manejo, representantes da Prefeitura Municipal, da Colônias de Pescadores, do Porto do Forno, da Associação da Reserva Marinha de Arraial e da Fundação Instituto de Pesca do município. Além disso, o plano também trata das diretrizes para operação dentro da reserva, como a pesca esportiva, profissional, turismo náutico, mergulho e brinquedos aquáticos.
– Além do desejo de moralizar a prestação de serviços, que é muito ruim, e valorizar o profissional marítimo queremos melhorar o entorno da marina. O descaso é total, o crescimento é desordenado, sem contar a atuação do flanelinhas – entregou Lacerda.
*Leia a matéria completa na edição impressa desta quinta-feira (27)