CAOS FINANCEIRO

Sem repasse do governo, Salineira anuncia suspensão da passagem social em Cabo Frio

A partir de segunda (9) beneficiários do programa voltarão a pagar o valor de R$ 5 na passagem nas linhas municipais

6 DEZ 2024 • POR Redação • 12h11

A Auto Viação Salineira comunicou nesta quinta-feira (6) que vai suspender o benefício da passagem social em Cabo Frio a partir da zero hora desta segunda-feira (9 de dezembro). A decisão ocorre por conta da falta de repasse financeiro da Prefeitura Municipal de Cabo Frio, que, segundo a empresa, não repassou os subsídios previstos no Programa Social Cartão Dignidade, regulamentado pela Lei Municipal nº 2.843/2013. Com isso, o valor da tarifa das linhas municipais voltará a ser cobrado integralmente (R$ 5) dos usuários cadastrados no programa.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte da Costa do Sol e Região Serrana (SETRANSOL), a medida é emergencial e visa evitar o colapso no sistema de transporte coletivo da cidade. “Nos solidarizamos com a situação financeira do município, mas a empresa não consegue arcar com os custos do sistema cobrando o valor de R$ 1,50 aos usuários”, justificou o sindicato em nota postada nas redes sociais.

Lançado em 29 de dezembro de 2023, em parceria entre a Prefeitura de Cabo Frio e a Auto Viação Salineira, o Cartão Dignidade permitia que moradores cadastrados utilizassem o transporte coletivo municipal pagando R$ 1,50 por até duas passagens diárias. Agora, com o benefício suspenso, o impacto será significativo para a população, que dependerá de um serviço de transporte mais caro em meio a uma crise que afeta outros setores da cidade.

Isso porque a falta de repasses não é um problema isolado no município. Conforme a Folha já havia noticiado, trabalhadores e fornecedores de diversas áreas têm realizado manifestações contra atrasos nos pagamentos. Nesta terça-feira (3) foi a vez de motoristas de caminhões e máquinas pesadas que prestam serviços à Prefeitura. Eles protestaram no Centro de Cabo Frio, realizando um buzinaço que chamou a atenção da população.

Manifestações anteriores também escancararam a crise. Ainda em novembro, servidores do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e trabalhadores contratados das áreas de educação e saúde organizaram atos para denunciar atrasos nos pagamentos. Na ocasião, uma mãe de paciente do CAPS desabafou: “Meu filho precisa de acompanhamento regular aqui. Com essa paralisação, ele ficará sem os cuidados. É revoltante que os profissionais estejam sem receber, mas a culpa não é deles, e sim da Prefeitura”.

Mesmo com promessas de pagamentos escalonados, muitos servidores afirmam que os vencimentos do mês de outubro ainda não foram quitados.