Falta de chuva começa a afetar municípios da Costa do Sol
Prolagos e Águas de Juturnaíba garantem que serviços ainda não foram afetados pela estiagem
Um mapa de segurança hídrica divulgado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) revela que cinco dos 13 municípios da região Costa do Sol já começam a enfrentar problemas por conta da falta de chuvas. Em Casimiro de Abreu, Macaé e Rio das Ostras, a situação, segundo o órgão, é de seca fraca, enquanto em Carapebus e Quissamã a situação é de seca moderada. O retrato é o mesmo em Silva Jardim, que concentra 70% da Lagoa de Juturnaíba, corpo hídrico responsável pelo abastecimento de todas as cidades da Região dos Lagos. Apesar disso, o levantamento mostra que em comparação com 2023, o nível do reservatório regional é estável: em agosto do ano passado estava em 86,87%, e em agosto deste ano 86,36%.
A situação “confortável” do reservatório foi confirmada esta semana, à Folha, tanto pela Prolagos como pela Águas de Juturnaíba. A primeira concessionária é responsável pelo abastecimento de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro e Iguaba Grande. A segunda por Araruama, Saquarema e Silva Jardim.
“O nível da represa de Juturnaíba se encontra dentro da normalidade. Com as chuvas dos últimos dias, a represa apresentou uma elevação do seu nível em cerca de 3 cm. Os parâmetros seguem o Manual de Operação da Barragem e outros documentos alinhados com o Comitê de Bacias Hidrográficas Lagos São João e o Consórcio Intermunicipal Lagos São João”, revelou a Prolagos. De acordo com a empresa Águas de Juturnaíba, “apesar do período de estiagem, os níveis permanecem adequados para captação, tratamento e distribuição de água sem risco de desabastecimento”.
Em nota, a Prolagos informou ainda que a represa já viveu momentos mais críticos que o atual. “Mais recentemente foi identificado o nível de 8,10 m, ocorrido em junho de 2022, o que não apresentou qualquer problema no que se diz respeito ao abastecimento público” - revelou a empresa.
Apesar da tranquilidade, as duas concessionárias investem em ações de prevenção com monitoramento constante do nível da represa de Juturnaíba. A empresa de Araruama revelou que o trabalho é feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO), “que gerencia remotamente as redes de distribuição, elevatórias, reservatórios, válvulas e medidores de vazão”. Além disso, a empresa informou que também possui equipes técnicas especializadas e planos de ações para períodos específicos.
Já a Prolagos informou que além do monitoramento, participa do programa “Pacto pelas Águas da Bacia do Rio São João”, do Inea e da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade como forma de proteger o manancial. A ação inclui o replantio de 200 hectares de árvores nativas, plantadas no entorno da bacia do Rio São João. Nesse sentido, a concessionária também promoveu entre 2012 e 2022 o programa “Revivendo Águas Claras”, de recuperação e conservação das matas ciliares dos rios e mananciais da bacia hidrográfica do Rio São João.
Tanto a Prolagos como a Águas de Juturnaíba iniciaram a concessão dos serviços de saneamento em 1998. A primeira revelou que no início do contrato 30% da população da área de atuação eram abastecidos, de forma intermitente. Atualmente, esse percentual mais do que triplicou, e a cobertura de abastecimento de água na área de concessão supera os 98%. A segunda iniciou o contrato com 22 mil ligações de água, atendendo cerca de 137.500 habitantes nas áreas de Araruama, Saquarema e Silva Jardim. Atualmente, segundo a empresa, são 108.500 ligações, atendendo aproximadamente 242.900 habitantes.
No início da concessão a capacidade da Estação de Tratamento de Água de responsabilidade da Prolagos era de 300l/s. Atualmente a capacidade de tratamento é de 1800l/s. Já na segunda concessionária, a vazão de água em 1998 era de aproximadamente 600 litros por segundo. Hoje a capacidade é de 1.100 litros por segundo.