SECA MODERADA

Falta de chuva começa a afetar municípios da Costa do Sol

Prolagos e Águas de Juturnaíba garantem que serviços ainda não foram afetados pela estiagem

25 OUT 2024 • POR Cristiane Zotich • 13h16

Um mapa de segurança hídrica divulgado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) revela que cinco dos 13 municípios da região Costa do Sol já começam a enfrentar problemas por conta da falta de chuvas. Em Casimiro de Abreu, Macaé e Rio das Ostras, a situação, segundo o órgão, é de seca fraca, enquanto em Carapebus e Quissamã a situação é de seca moderada. O retrato é o mesmo em Silva Jardim, que concentra 70% da Lagoa de Juturnaíba, corpo hídrico responsável pelo abastecimento de todas as cidades da Região dos Lagos. Apesar disso, o levantamento mostra que em comparação com 2023, o nível do reservatório regional é estável: em agosto do ano passado estava em 86,87%, e em agosto deste ano 86,36%.

A situação “confortável” do reservatório foi confirmada esta semana, à Folha, tanto pela Prolagos como pela Águas de Juturnaíba. A primeira concessionária é responsável pelo abastecimento de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro e Iguaba Grande. A segunda por Araruama, Saquarema e Silva Jardim.

“O nível da represa de Juturnaíba se encontra dentro da normalidade. Com as chuvas dos últimos dias, a represa apresentou uma elevação do seu nível em cerca de 3 cm. Os parâmetros seguem o Manual de Operação da Barragem e outros documentos alinhados com o Comitê de Bacias Hidrográficas Lagos São João e o Consórcio Intermunicipal Lagos São João”, revelou a Prolagos. De acordo com a empresa Águas de Juturnaíba, “apesar do período de estiagem, os níveis permanecem adequados para captação, tratamento e distribuição de água sem risco de desabastecimento”.

Em nota, a Prolagos informou ainda que a represa já viveu momentos mais críticos que o atual. “Mais recentemente foi identificado o nível de 8,10 m, ocorrido em junho de 2022, o que não apresentou qualquer problema no que se diz respeito ao abastecimento público” - revelou a empresa.

Apesar da tranquilidade, as duas concessionárias investem em ações de prevenção com monitoramento constante do nível da represa de Juturnaíba. A empresa de Araruama revelou que o trabalho é feito pelo Centro de Controle Operacional (CCO), “que gerencia remotamente as redes de distribuição, elevatórias, reservatórios, válvulas e medidores de vazão”. Além disso, a empresa informou que também possui equipes técnicas especializadas e planos de ações para períodos específicos.

Já a Prolagos informou que além do monitoramento, participa do programa “Pacto pelas Águas da Bacia do Rio São João”, do Inea e da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade como forma de proteger o manancial. A ação inclui o replantio de 200 hectares de árvores nativas, plantadas no entorno da bacia do Rio São João.  Nesse sentido, a concessionária também promoveu entre 2012 e 2022 o programa “Revivendo Águas Claras”, de recuperação e conservação das matas ciliares dos rios e mananciais da bacia hidrográfica do Rio São João.

Tanto a Prolagos como a Águas de Juturnaíba iniciaram a concessão dos serviços de saneamento em 1998. A primeira revelou que no início do contrato 30% da população da área de atuação eram abastecidos, de forma intermitente. Atualmente, esse percentual mais do que triplicou, e a cobertura de abastecimento de água na área de concessão supera os 98%. A segunda iniciou o contrato com 22 mil ligações de água, atendendo cerca de 137.500 habitantes nas áreas de Araruama, Saquarema e Silva Jardim. Atualmente, segundo a empresa, são 108.500 ligações, atendendo aproximadamente 242.900 habitantes.

No início da concessão a capacidade da Estação de Tratamento de Água de responsabilidade da Prolagos era de 300l/s. Atualmente a capacidade de tratamento é de 1800l/s. Já na segunda concessionária, a vazão de água em 1998 era de aproximadamente 600 litros por segundo. Hoje a capacidade é de 1.100 litros por segundo.