Opinião

Opinião | Moacir Cabral | Órfãos do jornalismo impresso

11 MAI 2023 • POR Redação • 17h41

A Folha dos Lagos comemorou o 33° aniversário-circulou pela primeira vez em abril de 1990. Evento que inspira reflexão acerca do destino do jornalismo impresso no país e no mundo. A deterioração do debate público nas plataformas digitais é uma realidade. 

E, claro, é visível derretimento do jornalismo impresso, cujo potencial de outrora não se compara com o que se vê nas bancas nos últimos tempos. 
Estamos todos na Internet. Assim, até mesmo aquele contumaz leitor diário de jornais, agora, se depara com a realidade que antes nem sequer imaginava: ler de tudo um pouco, mas cada vez menos, passando pelo noticiário político, econômico, a vida cultural, os avanços da ciência, a preservação da memória, o aprimoramento da cidadania etc.

Há na internet vastíssimo cardápio, mas subutilizado, principalmente por força que os algoritmos dão às publicações oportunistas, que passam longe de buscar a matéria-prima do jornalismo: a verdade.

Viramos leitores de chorumelas? Nem tanto, talvez, mas, certamente, dificilmente temos acesso a conteúdos que se comparem às antigas produções de Globo, JB, Estadão, Folha de São Paulo ou Zero Hora.

Ou seja, o velho e bom jornal deixa órfãos do bom jornalismo, que sofrem desse mal chamado saudade.
É certo que o ciclo de ouro dos jornais não volta. Mas a sobrevida dos veículos tradicionais se amplia, assim como o futuro próximo reserva para o profissional da notícia, o jornalista, papel de destaque na mídia digital, resposta do bom senso e do resgate da civilidade para se contrapor à voracidade dos manipuladores e, especialmente, dos produtores de meia-verdade.

Que o debate da regulação da mídia seja no sentido da garantia da diversidade e pluralidade de ideias, fortalecendo a democracia e combatendo as injustiças e desigualdades. Regular para garantir a liberdade, sim!