A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) confirmou à Folha, esta semana, que pagou pelo menos 45 pessoas que seriam ligadas ao deputado estadual Dr. Serginho e à deputada federal Soraya Santos, ambos do PL. A confirmação foi feita após o site UOL denunciar que os dois políticos se beneficiaram de um esquema fraudulento, no valor de cerca de R$ 2 milhões, ao nomearem funcionários fantasmas na instituição de ensino superior. Eles teriam sido pagos com dinheiro público para trabalhar na campanha que reelegeu os dois deputados em outubro.

A situação envolveria, também, a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). É que os pagamentos dessas pessoas (no valor médio de R$ 26 mil por mês durante a campanha eleitoral) teriam sido feitos com recursos que a fundação direcionou à Uerj para projetos de ensino, pesquisa e extensão.

Antes da eleição, Serginho atuou como secretário estadual de Ciência e Tecnologia, pasta que administra as duas instituições de ensino envolvidas no escândalo. A Folha fez contato com o deputado para saber se ele possui documentos que comprovem que as pessoas citadas foram pagas com dinheiro de campanha, mas não houve retorno.

Já o reitor da Uerj, Mario Carneiro, enviou nota ao jornal afirmando que desconhece “a influência de qualquer parlamentar (candidato ou eleito) na seleção de colaboradores para os projetos”, mas confirmou que todas as pessoas citadas na reportagem do UOL receberam remuneração através de depósito em contas bancárias de suas titularidades.

– Estamos nos empenhando na apuração de possíveis irregularidades. Permanecemos vigilantes e, sempre que houver indício de irregularidade, determinaremos imediatamente as providências necessárias para as devidas apuração e responsabilização – informou Mario Carneiro.