Polícia ainda não sabe quem iniciou incêndio em área ambiental no Peró
Incêndio, que durou dois dias, afetou uma área equivalente a 140 campos de futebol
O incêndio de grandes proporções que teve início na última quinta (10) Dunas do Peró, na altura do bairro Guriri, em Cabo Frio, e só foi controlado no sábado (12), possivelmente teve origem criminosa, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou à Folha. A área afetada (cerca de 120 hectares, o que equivale a quase 140 campos de futebol, segundo a Prefeitura de Cabo Frio) faz parte da Área de Proteção Ambiental Estadual do Pau Brasil (APA Pau Brasil). A polícia civil segue investigando, mas ainda não tem informações sobre os suspeitos do crime.
Nas redes sociais, não faltam denúncias de que o foco tenha sido motivado por especulação imobiliária, já que a área incendiada é a mesma onde um grupo de empresários pretende instalar um mega resort. No entanto, segundo informações preliminares da investigação, essa é apenas uma hipótese.
À Folha, o Inea informou que mesmo com o fogo controlado, guarda-parques, com apoio do Corpo de Bombeiros, continuam no local atuando no rescaldo do trecho afetado pelas chamas a fim de impedir o surgimento de novo foco de incêndio. Já a Prefeitura revelou que o combate ao incêndio durou cerca de 40h, e também contou com apoio das secretarias de Meio Ambiente e de Direitos Humanos e Segurança, da Defesa Civil e da Guarda Civil Municipal, que também forneceram maquinário e efetivo para a ação. O Ministério Público Estadual também foi contactado pela equipe da Folha, e informou que ainda está apurando o assunto.
Segundo informações iniciais, o fogo teria começado na última quinta (10) por volta ds 17h, numa área próxima à estrada de chão que liga a Estrada do Guriri à Praia do Peró, na altura do Condomínio dos Pássaros, se espalhando rapidamente pelas áreas vizinhas. Imediatamente equipes do Corpo de Bombeiros de Cabo Frio tentaram conter as chamas, sem sucesso. A brigada de Búzios precisou ser acionada, mas o incêndio seguiu se alastrando pela vegetação.
Com o fogo se espalhando de maneira rápida em direção aos imóveis do local, na sexta-feira (11) os Bombeiros receberam apoio de aeronaves, que jogavam água do alto. Mesmo com todos os esforços, uma imensa área foi destruída, e as chamas só foram controladas no sábado (12).
Nas redes sociais, várias pessoas postaram que as chamas podem ser vistas de outros pontos da cidade. “Quando era umas 23h tinha um clarão por trás do morro (do Telégrafo, na Gamboa) que parecia que ia amanhecer”, escreveu Taz Mureb.
Também nas redes sociais, o ativista político Lucas Muller, disse suspeitar que o incêndio seria criminoso, e chegou a questionar se a área é a mesma que teria sido liberada por órgãos ambientais, há poucos meses, “para um empreendimento milionário”.