Serginho: "Não existe a menor chance de a Uerj ocupar todo o prédio do Miguel Couto"
Desde que a universidade anunciou que não haveria vestibular para Cabo Frio este ano, deputado vem se articulando para mudar a decisão
Desde que a Uerj anunciou, um dia após o resultado do primeiro turno da eleição, que não haveria vestibular para Cabo Frio este ano, as redes sociais se transformaram numa avalanche de críticas ao governo do estado do Rio. Para tentar minimizar o efeito, o deputado estadual Dr. Serginho e o secretário estadual de Educação, Alexandre Valle, chegaram a anunciar que a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) poderia ocupar, de forma provisória, algumas salas do tradicional Colégio Miguel Couto, na Praia do Forte. A notícia foi antecipada com exclusividade pela Folha dos Lagos no último dia 6 de outubro, o que desde então vem ocasionando protestos de alunos e professores: o medo, segundo eles contaram à Folha, é que a Uerj acabe ocupando todo o prédio, gerando a extinção do colégio, algo que foi veementemente negado pelo parlamentar.
– É zero o risco de retirar os alunos dali. Tudo tem que ter diálogo, transparência. Mas tudo o que foi dito sobre isso, de acabar com o colégio, é zero risco. Essa é uma apreensão (dos professores e dos alunos) que não deveria nem existir, uma vez que tudo é feito por contrato – garantiu.
Serginho explicou que, para que o vestibular aconteça este ano, o governo do estado e a Uerj estão buscando alternativas e dialogando com os setores da cidade de Cabo Frio. Mas que, embora tenha havido uma primeira conversa com a direção do Colégio Miguel Couto, existe uma grande chance de que ele sequer seja utilizado.
– Para que o vestibular da Uerj seja publicado agora para Cabo Frio, é preciso haver uma definição do espaço. A definição seria provisoriamente o espaço do Miguel Couto para início das atividades somente a partir do segundo semestre de 2023, ocupando apenas 11 salas ociosas no primeiro semestre do curso, e deixando um legado, inclusive, para a escola, com acessibilidade, com elevador para que pessoas com deficiência possam ter acesso, que é um problema que existe no Miguel Couto. E posteriormente retornar para a Ferlagos, que é um imbróglio jurídico que vai ser resolvido. Mas ninguém vai fazer absolutamente nada que não seja do interesse público. O Miguel Couto tem a sua história, tem a sua vocação. O que a gente quer, na verdade, é apenas somar forças e trazer a universidade pública que Cabo Frio tanto merece.
Serginho lembrou que a desapropriação do prédio da Ferlagos (próximo à rodoviária de Cabo Frio), que originalmente abrigaria a Uerj, se encontra em curso. Lembrou, também, que há uma resistência por parte de quem administra a Ferlagos, “muito provavelmente por questões financeiras”.
– O prédio pertence à Ferlagos. Para desapropriar um imóvel existe o requisito de você depositar previamente uma indenização que a Justiça já definiu, e que já foi depositada. O que a gente observa é um movimento de quem administra a Ferlagos, que é um grupo econômico inclusive que é proprietário de universidade privada, lutando na Justiça para que isso (a desapropriação) não aconteça. Obviamente que na balança há de prevalecer o interesse público. A faculdade de medicina da Uerj é um legado que vai transcender gerações. A Uerj é uma realidade, por mais que a gente veja algumas pessoas distorcendo mensagens, lutando contra, a Uerj vai sair, fiquem tranquilos.