Aguardada desde outubro de 2021, quando anunciada durante a inauguração do Hospital Universitário Reitor Hesio Cordeiro, no Jardim Flamboyant, em Cabo Frio, a instalação de um campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) na cidade continua sem data. “Até o momento, não temos informações a acrescentar”, informou à Folha esta semana a assessoria da universidade,
O recente posicionamento da assessoria Uerj reforça a notícia veiculada pelo jornal ainda antes da eleição de 2022: a instalação do campus da universidade estadual em Cabo Frio estava longe de uma definição, devido à briga judicial envolvendo a desapropriação do prédio da Fundação Educacional da Região dos Lagos (Ferlagos).
Em julho de 2022, o governador, Cláudio Castro, e o então secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Dr. Serginho (que reassumiu a pasta no último dia 2 de janeiro, após ser reeleito deputado estadual), anunciaram que o vestibular aconteceria até o fim do ano passado. No entanto, no dia 3 de outubro, um dia após a eleição, o próprio reitor da Uerj, Mario Carneiro, confirmou que o vestibular para Cabo Frio estava suspenso por tempo indeterminado.
Em setembro do ano passado (dois meses após o anúncio de que o vestibular seria realizado até dezembro), a universidade chegou a afirmar que ainda não estava instalada no prédio da Ferlagos devido a “obras de adaptação para receber os alunos” (que ainda nem haviam começado).
Em recente entrevista à Folha, Serginho, lembrou que a desapropriação do prédio da Ferlagos se encontra em curso, mas que “há uma resistência por parte de quem o administra, por questões financeiras”.
Sem o prédio da Ferlagos para abrigar a Uerj, em outubro do ano passado, logo após às eleições, o deputado Dr. Serginho e o então secretário estadual de Educação, Alexandre Valle, chegaram a anunciar que a Uerj poderia ocupar, de forma provisória, algumas salas do tradicional Colégio Miguel Couto, na Praia do Forte. A notícia ocasionou uma série de protestos de alunos e professores, que temem que a Uerj acabe ocupando todo o prédio, gerando a extinção do colégio. Serginho negou essa possibilidade, no entanto.
: “É zero o risco de retirar os alunos dali”, disse à época. “Essa é uma apreensão que não deveria nem existir, uma vez que tudo é feito por contrato”, garantiu.
Enquanto a situação da Ferlagos e do Miguel Couto não se resolvem, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia enviou nota à Folha, em dezembro, confirmando haver interesse em instalar a universidade estadual no município aldeense. As negociações, segundo o comunicado, estariam em fase inicial.