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Por falta de sinalização, encostas oferecem risco a visitantes

No fim de semana, turista de Minas Gerais morreu afogado no Peró

16 junho 2015 - 08h34
Por falta de sinalização, encostas oferecem risco a visitantes

NICIA CARVALHO

No último fim de semana, as encostas das praias da Região dos Lagos protagonizaram mais um acidente. Desta vez, a vítima foi Jessé dos Passos Ferreira, de 22 anos, turista mineiro que morreu afogado na Praia do Peró, em Cabo Frio, na tarde de sábado. Contudo, sem sinalização advertindo sobre os perigos de mudança da maré, acidentes são recorrentes nestas áreas, segundo informações de Jorge Luis de Paula, 48, mergulhador profissional que atua resgatando corpos no mar.

– O que falta na nossa região é sinalizar que as pedras são perigosas. São as chamadas ‘pedra sabão’ porque são muito escorregadias. Depois que brigamos muito, a prefeitura colocou placas em Arraial e há um ano não acontecem acidentes no Pontal (do Atalaia) – contou.

Segundo ele, a medida foi adotada depois que pai e filha foram vitimados no Pontal do Atalaia, quando passavam o feriado da Páscoa na cidade. Eles haviam descido a encosta, para que a mãe fizesse fotografias, quando foram surpreendidos pelas ondas. A menina, de quatro anos, chegou a ser socorrida por pescadores, mas não resistiu e morreu. Na ocasião, o corpo do pai só foi encontrado cerca de quatro horas depois.

De acordo com informações do 18º Grupamento de Bombeiros Militar, sediado em Cabo Frio, Jessé e a noiva estavam no local conhecido com o Casa do Pescador, entre a Praia das Conchas e do Peró. Ambos teriam descido até as pedras, que formam piscina naturais, quando foram surpreendidos pela onda, que os puxou ao mar. A garota conseguiu nadar e chamar ajuda, mas o jovem teria batido a cabeça e sofreu traumatismo craniano. Segundo o tenente-coronel Leornado Couri, comandante do batalhão, quando a equipe chegou, o rapaz já tinha afundado.

– O mar estava batendo muito, e as equipes retornaram no domingo, quando achamos o corpo – contou, acrescentando que pediu que fosse produzida uma placa de alerta para colocar no local.

Com nove mil hectares e mais de 300 trilhas, André Cavalcanti, superintendente do Inea e chefe do Parque Estadual da Costa do Sol informou que não tem como monitorar o parque o tempo inteiro, e que a área de atuação se dá em sentido ambiental, com ajuda de guardas-parque. Porém alertou para os pontos considerados críticos em Cabo Frio (Praia das Conchas, Brava, Ilha do Japonês), Arraial (Pontal do Atalaia, Ilhas dos Porcos e do Francês, sítio Arqueológico da Praia Grande até Figueira, costão do lado esquerdo da Praia do Forno) e Búzios (costão da Praia Azeda e Azedinha, do Canto, Colombo, Tartaruga, Forno e lado esquerdo da praia Brava).