Fernanda Carriço
O que muita gente não sabe é que vêm de Cabo Frio as maiores autoridades em Fluxo Coronariano do Brasil – que é o fluxo de sangue que passa por dentro das artérias coronárias, que por sua vez são responsáveis por levar o sangue até o coração. Para se ter uma ideia, nos últimos anos foram muitos prêmios, com destaque para três: melhor trabalho apresentado (tema livre) no Congresso da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista em 2005; melhor tema livre do Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular em 2006 e melhor tema livre do Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia em 2007, esta última em São Paulo, numa cerimônia para mais de 2.000 médicos representando as maiores sociedades médicas do país e do exterior. Estamos falando da Cardiologia da Clínica Santa Helena, que venceu a disputa contra estudos realizados nas maiores instituições do país como USP, Beneficência Portuguesa (SP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre outros.
Inaugurada em 1968, foi em 1996 que a Clínica começou os serviços de Alta Complexidade em Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular e no ano seguinte que veio o credenciamento do Sistema Único de Saúde, o SUS. Desde então, em 19 anos de funcionamento do serviço de cardiologia, muitas vidas foram salvas e os números impressionam. Foram 35 mil Cateterismos cardíacos; 7 mil angioplastias com stents; 2 mil implantes de marcapasso; 2500 cirurgias cardíacas, dentre outros procedimentos não menos importantes e vitais para a vida humana.
– Somos convidados para palestrar, dar cursos dentro e fora do país. Fiz meu doutorado em Cardiologia na USP e todo o estudo foi feito aqui na vivência da cardiologia da clínica e o mesmo foi publicado no American Journal Of Cardiologia (uma das mais importantes publicações da medicina do mundo) em 2007 – explica o doutor Fernando Sant’Anna, Diretor do Serviço de Cardiologia/Radiologia Intervencionista da Clínica Santa Helena.
Atualmente a equipe de cardiologia se divide em três categorias. A da cirurgia Cardiovascular, comandada pelo doutor Carlos Alberto Barrozo, a área de Cirurgia Vascular e Endovascular, que tem o doutor Rogério Garcia de Freitas à frente e a de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, comandada pelo médico Fernando Sant’Anna. Cerca de 95% do movimento da Clínica, segundo a direção, provém do SUS e 14 municípios são atendidos, dentre eles cidades da Região dos Lagos e outras do Estado, como Itaboraí, Rio Bonito, Silva Jardim e ocasionalmente São Gonçalo. São sete leitos de UTI com projeção para aumentar para 10.
– A Clinerp terceirizou o restante das operações, mas a Clínica Santa Helena continua existindo. Entramos com uma recuperação judicial, parcelamos dívidas com tributos para quitarmos tudo e estamos lutando para resolver – explica Fernando Sant’Anna.
Vocação de salvar vidas
Filho de engenheiros, o destino do então menino Fernando, foi traçado por ele aos cinco anos de idade. “Quero ser médico” era a frase que dizia aos pais. Dito e feito! Formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com residência no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (que junto com o InCor- USP são as maiores instituições de cardiologia do Brasil) e com doutorado na Universidade de São Paulo (USP), o doutor Fernando Sant’Anna se destaca por todo conhecimento adquirido ao longo dessas mais de três décadas dedicadas à medicina. E, claro, por tanto amor e dedicação à mesma.
Além do trabalho desenvolvido na Clínica Santa Helena, o médico dá aulas e palestras no país afora (é convidado para praticamente todos os congressos brasileiros de Cardiologia e de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista) e também no exterior. Desenvolve um trabalho silencioso e de extrema importância na UPA de Cabo Frio, onde diariamente avalia pacientes com quadros de angina e ou infarto e cuida para que haja rapidez na realização de procedimentos dos mesmos. Ainda assim, o médico arruma tempo para fazer caridade em uma obra social da cidade.
– Eu acredito que a gente vem na vida com missões e para que a gente evolua, tem que ajudar ao próximo e na medicina encontrei a oportunidade perfeita para fazer isso – finaliza doutor Fernando, com um sorriso de satisfação de quem cumpre com o que sempre sonhou: salvar vidas e ajudar as que precisam.