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Prefeito de Cabo Frio diz que Hotel Acapulco será demolido antes do carnaval

Novela sobre a desapropriação e destinação da área já tem mais de 10 anos

02 fevereiro 2025 - 15h37Por Redação
Prefeito de Cabo Frio diz que Hotel Acapulco será demolido antes do carnaval

As ruínas do antigo Hotel Acapulco, no bairro Braga, em Cabo Frio, serão demolidas nos próximos dias, ainda antes do carnaval, que este ano começa no dia 1º de março. O anúncio foi feito pelo prefeito da cidade, Serginho Azevedo.

O prédio está localizado em cima de área de dunas. Documento de registro de imóveis obtido pela Folha revela que ele pertencia à empresa Luna Village Hotel Ltda. Em 2009 a Companhia Obrasin de Turismo incorporou o ativo ao seu patrimônio pelo valor de R$ 1.736.090,20. Em 2012, no entanto, a 1ª Vara Federal de São Pedro da Aldeia determinou a indisponibilidade dos bens das duas empresas por conta de uma execução da Fazenda Nacional.

Já a derrocada do hotel começou após uma ação judicial determinar que ele não poderia mais funcionar por estar numa área de preservação ambiental permanente. Na época, o empreendimento (com mais de 10 mil metros quadrados de área e considerado três estrelas) tinha 60 apartamentos, quatro suítes, um restaurante com capacidade de 100 pessoas, uma quadra de areia para futebol e vôlei, sauna seca a vapor, jardim, playground, três piscinas, dois salões de jogos, um auditório para capacidade de 80 pessoas com três salas de apoio e um amplo estacionamento.

Abandonado desde 2015, o prédio virou ruínas, e passou a ser utilizado para prostituição, uso de drogas e dormitório para pessoas em situação de rua. Na época, o Ministério Público Federal (MPF) chegou a cobrar informações do então prefeito Alair Corrêa sobre a possibilidade de desapropriação, demolição e recuperação ambiental do local. Sem respostas, o órgão denunciou Alair por omissão. Logo depois, em janeiro de 2016, a estrutura pegou fogo.

Em 2019, quando a demolição voltou a ser cobrada pelo MPF, o governo municipal cabo-friense revelou à Folha que o custo da ação girava em torno de R$ 2 milhões. Disse ainda que o valor deveria ser cobrado do proprietário do imóvel, e que todo o trabalho duraria em torno de três meses. Mas nada aconteceu.

Em 2021, logo após um corpo ter sido encontrado nos escombros, o Ministério Público decidiu retomar o processo de desapropriação da área (que havia sido arquivado em 2014 após a Prefeitura ter comprovado o ajuizamento de ação contra os proprietários do prédio). O então prefeito José Bonifácio chegou a vistoriar o prédio para a possível implantação de um hotel escola do Senac, que acabou sendo instalado em outro local.

Sem nenhuma solução efetiva, no início de 2024 o MPF determinou que o governo Magdala Furtado providenciasse a demolição de toda a estrutura, assim como a remoção dos entulhos e recuperação da área de restinga. Mas a determinação não foi cumprida.

– Hoje nós temos um problema muito sério com relação às pessoas que têm dependência química do crack. No diálogo com a população existem ações que nós já estamos adotando. Uma delas é a derrubada da ruína do Hotel Acapulco, que tem aglomerado pessoas para uso de drogas. Já solicitei licença ambiental para isso, e antes do carnaval vamos demolir - garantiu Serginho esta semana.