Quem não recorrer a uma dieta de carne vermelha, provavelmente precisará ‘coçar o bolso’ para preparar uma boa refeição. As carnes bovina e suína, um tanto comuns nas panelas brasileiras, são retiradas das cestinhas e carrinhos em Cabo Frio. A Folha visitou supermercados e ouviu as reclamações de consumidores sobre a carestia dos alimentos na cidade.
– Não se pode mais comer uma carne de segunda. Fui num mercado onde a carne custava R$ 19. Falei para o vendedor que venderia um bezerro para comprar um quilo de carne. Lá em casa entra no máximo uma carne moída, acém de vez em quando – esbravejou o aposentado Ecy Nogueira, 80.
A aposentada Maria José, 66, já esqueceu até o sabor de um prato tradicionalíssimo nas mesas do país: uma saborosa feijoada.
– Carne passou de uma comida essencial para um artigo de luxo. Há quanto tempo não como uma carne seca. Feijoada virou uma comida de rico aqui na cidade. Tenho que comer acém diariamente, aliás, isso quando tenho dinheiro para comer – diz.
Há também quem descarte completamente os produtos mais supérfulos. É o caso da funcionária pública Deise Pompilio, 55,
– Costumo cortar os mais supérfulos como doces, sucrilhos, biscoitos, até mesmo o queijo e presunto. Deixo de comprar para priorizar os essenciais. Compro carne de segunda ou aqueles frangos que já vem desfiados para economizar – afirma.
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