A Polícia Civil vai investigar a denúncia de uma possível agressão física e moral contra uma senhora de 66 anos por uma técnica em radiologia, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Burle, em Cabo Frio, durante um exame de raio-X, na manhã da última quinta-feira.
A suposta vítima, que se identificou como Vera Lúcia, afirmou ter tido o braço apertado com força por uma funcionária de nome ‘Leila’ e empurrada para fora da sala de exames. Ela ainda a teria xingado com a frase: ‘Sai fora, sua vagabunda’. A diretora administrativa da unidade, Alexandra Codeço, admite o incidente, mas nega a versão de Vera. De acordo com ela, outros pacientes teriam dito que as ofensas partiram da idosa. De toda forma, um processo administrativo foi aberto para apurar os fatos.
O serviço de raio-X na UPA é realizado por uma firma terceirizada, a ‘Centro de Imagem’. Como o plantão de ‘Leila’ é apenas às quintas-feiras, ela não foi localizada para comentar as acusações. Contudo, seu supervisor Francisco Ferreira informou que nada mudará até que ‘os fatos sejam esclarecidos’. Ele contou que pediu ao filho de Vera, que a acompanhava durante a consulta, para registrar a queixa em um livro de reclamações de modo a ‘garantir o direito de defesa’ de sua subordinada.
Tanto a idosa como uma outra paciente, cuja filha de três anos também teria sido agredida com um puxão, segundo seu relato, registraram a ocorrência na 126ª DP (Cabo Frio). Segundo Vera Lúcia, tudo começou quando a técnica, bastante alterada, teria se exaltado com um senhor de 83 anos que reclamou de um exame trocado. A partir de então, ela disse, outros pacientes se envolveram na discussão e teriam sido ofendidos.
O desentendimento que teria resultado no incidente aconteceu em função da recusa do filho de Vera, que se apresentou como advogado, em sair do local do exame.
– Ela disse para o meu filho que ali ele não iria ficar. Eu já tinha desistido de tirar a chapa e, quando eu fui tirar o papel da mão dela, ela me pegou pelo braço e me jogou pra fora – relata.
Transtornada e com uma crise de pressão alta, ela afirmou que ficou ‘sem reação’ no momento.
– Espero nunca mais entrar nessa UPA. Nem animal tem esse tratamento. Foi uma coisa bárbara, macabra. Ela fez e falou tantas coisas horríveis que as próprias colegas ficaram horrorizadas. A própria diretora falou que não queria mais ela lá – relata.
No entanto, mais uma vez, a diretora contrariou o discurso de Vera.
– Nunca tivemos reclamação dessa moça . O problema é que a técnica pediu para o filho dessa senhora se retirar por conta da irradiação. Ele se irritou, mas concordou. Acontece é que ele queria entrar no quartinho onde o técnico fica – argumenta, explicando também que desconhece qualquer tipo de incidente com outro paciente.
De acordo com o filho de Vera, que se apresentou como advogado, caso as acusações sejam provadas, ‘Leila’ poderá ser enquadrada por injúria por via de fato, pena sujeita ao pagamento de cestas básicas. Todavia, não foi feito exame de corpo de delito.