Centenas de alunos da rede municipal de Cabo Frio trocaram ontem as escolas pelas ruas da cidade, mas não se tratava de ‘matar aula’. O motivo foi nobre: se juntar ao protesto de professores e funcionários da Educação cabofriense que movimentou o Centro e terminou com uma ocupação ao prédio da Prefeitura, na praça Tiradentes. Apesar de tudo, pelo menos até o fechamento desta edição, o grupo não tinha sido recebido pelo prefeito Alair Corrêa (PP), tampouco por algum representante do governo muncipal. A paralisação dos profissionais do ensino prossegue hoje.
A extensa pauta de reivindicações que inclui calendário fixo de pagamento, enquadramento por formação e mudança de nível, entre outras, um ingrediente extra: a possibilidade de passar as unidades de Ensino Médio para o Estado, conforme recomendação do Ministério Público. Mas no que depender do vigor apresentado pelos estudantes do colégio Rui Barbosa e das demais escolas na mesma condição (Marli Capp, Elza Maria Santa Rosa Bernardo, Nilo Batista e Edilson Duarte) isso não acontecerá sem resistência. As palavras de Ruan Vidal, diretor de Política do grêmio estudantil do Rui Barbosa, deram a senha que o fôlego juvenil está longe de acabar.
– Só vamos sair das ruas depois que o prefeito garantir que vai manter o Rui municipal. Nem que a gente tenha que vir às ruas todos os dias – ameaça.
E após dias de convocação nas salas de aula e pelas redes sociais, os estudantes mostraram que não estavam para brincadeiras. Munidos de faixas e cartazes e gritando palavras de ordem contra o Governo e o prefeito, eles ocuparam a Praça Porto Rocha desde o início da manhã. A Guarda Municipal teve trabalho, pois parte da Avenida Assunção, sentido Passagem, teve que ser interditada, e o trânsito, que chegou a ficar engarrafado por um período, foi desviado pelas ruas 13 de Novembro e Raul Veiga.
Revoltados com os atrasos salariais, professores e outros servidores da Educação também criticaram duramente o prefeito em ato na praça. Para a diretora do Sepe, Denise Teixeira, a paciência da categoria acabou.
– Tanto a categoria como os alunos estão chegando num momento de esgotamento e para completar tem essa situação da estadualização do Ensino Médio que está revoltando os alunos, além da falta de alimentação, da falta de material didático, como papel, que é o básico. Portanto, está mexendo diretamente com a população – Denise Teixeira.
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