Nicia Carvalho
Faltando 181 dias para o Carnaval 2016, o desfile das escolas de samba de Cabo Frio ainda é uma incógnita. O motivo é o bloqueio da Morada do Samba, que continua interditada pelo 18º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) por não atender exigências de segurança e contra incêndio. Até o momento, nenhuma adequação ao espaço foi providenciada. Impedidos de usar qualquer dos 14 barracões que compõem o complexo, dirigentes das escolas de samba temem que o desfile fique comprometido. A Morada está interditada desde maio.
– O espaço continua interditado porque aguardamos o início das obras. Mas, para isso, a Prefeitura precisa dar entrada ao processo na Divisão de Serviços Técnicos, no Rio. De lá, eles nos encaminham o laudo com todas as adequações que terão que ser feitas. Os responsáveis sabem do trâmite e temos interesse que tudo se resolva o mais rápido possível, porque quanto mais edificações aprovadas, maior a segurança da cidade – explicou o tenente-coronel Leonardo Couri, comandante do 18º GBM.
O espaço acumula pendências de toda ordem, sejam documentais – como laudos de exigências e certificado de aprovação, que sinaliza quando o estabelecimento está apto a funcionar – ou de infraestrutura. Neste último, sobram falhas como a necessidade de obra para canalização preventiva, instalação de mangueiras, de tubulações, casa de máquinas contra incêndio (bombas para deslocamento de água) e para-raios.
Interdição preocupa dirigentes das escolas
Para os dirigentes, a demora na adequação da Morada é preoupante. E a alternativa de preparar o desfile do lado de fora dos barracões não é vista com bons olhos.
– Nós precisamos de espaço para trabalhar. Sem barracão fica complicado. Só podemos usar o espaço como depósito porque nada que gere eletricidade pode ser ligado por conta de risco de incêndio. Estamos aguardando definição, mas o tempo passa e nada é feito – reclamou Walfredo Machado Pimenta, vice-presidente da Em Cima da Hora, atual bicampeã do Grupo Especial.
– Vamos entregar ofício no gabinete do prefeito porque, se essas obras não começarem, não vai ter Carnaval. Até o momento não vimos nenhuma movimentação da Prefeitura para o início das melhorias. Fazer os preparativos do lado de fora não é possibilidade, é inviável – disparou João Félix, diretor cultural da Flor da Passagem, agremiação do grupo especial e vice-campeã de 2015.
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