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Insegurança: uma passageira perigosa

Taxistas de Cabo Frio pedem instalação de câmeras nos pontos de taxi

19 maio 2015 - 09h30

A principal passageira nos táxis de Cabo Frio, hoje, é a insegurança. Os taxistas da cidade desligaram a bandeira dois e ligaram a vermelha para esse problema, que, segundo eles, já começa nos próprios pontos. Para ajudar a amenizar o problema – já que resolver não dá – eles pedem instalação de câmeras nos pontos e mais atenção da Polícia Militar e da Guarda Municipal.

A Folha foi aos pontos da Praça Porto Rocha e do Largo Santo Antônio – ambos no Centro – para ouvir os profissionais. A falta de monitoramento nos pontos de táxi é um dos fatores que mais preocupam os motoristas. Para eles, um breve registro do passageiro, ao embarcar, ajudaria a evitar futuros problemas para outros colegas de profissão.

De acordo com Paulo Melo, 27, taxista há 7 anos, essa seria uma das possíveis soluções.

– Não acho que o problema seja só em Cabo Frio. A segurança pública do país que não é a ideal. O número de assaltos aumentou bastante e isso vem me preocupando. Precisamos de monitoramento, de uma câmera nos pontos para identificar os passageiros que pegamos – diz.

Assaltado duas vezes, o taxista Antônio Vicente, 53, contou que não há como identificar os assaltantes. Assim como a maioria dos outros motoristas entrevistados pela Folha, ele não trabalha à noite para evitar que essa situação volte a acontecer.

– Peguei o rapaz aqui no centro de Cabo Frio. Na metade do caminho, próximo a São Pedro da Aldeia, ele anunciou o assalto. Ele estava arrumado e não desconfiei. Perdi o celular, relógio e dinheiro – apontou.

Milton de Souza, 79, taxista há mais de meia século, acredita que responsabilizar a polícia pelo aumento no número de assaltos aos taxistas não é o melhor caminho.

– Eu trabalho durante o dia e o meu neto durante a noite. Consigo me sentir seguro no meu horário de trabalho, mas sei que os colegas que trabalham à noite acabam passando por problemas. Entretanto, não acho que seja culpa da polícia. Eles simplesmente não podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo. É inevitável que algo acabe acontecendo.

Mais rigor – Uma fiscalização mais ampla e eficiente da polícia nos táxis com passageiros dentro foi apontada como um dos modos de reduzir o risco dos motoristas. Segundo eles, abordar os táxis e verificar a documentação de quem está dentro iria aumentar a segurança.

– Todos nós [taxistas] estamos muito preocupados. A estratégia acaba sendo sempre a mesma: pegam o táxi e pedem para ir para determinado bairro, no meio do caminho anunciam o assalto e não temos o que fazer. Se a polícia nos parasse, mesmo com passageiros dentro, e verificasse a situação deles, além da documentação do carro, já seria de grande ajuda.