Não tem para onde correr. Um ano inteiro de esforço, sacrifícios e dedicação será colocado à prova em uma maratona de dez horas divididas em dois dias de avaliação. O futuro de milhões de estudantes brasileiros começa a ser decidido neste sábado (24), a partir das 13h30 (de Brasília), com o início do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Convivendo há meses com a expectativa de pais, parentes e amigos, os jovens cabofrienses tentam aproveitar os momentos que antecedem as provas para dar uma última repassada em alguma matéria, refazer questões de anos anteriores e, na medida do possível, tentar relaxar das tensões acumuladas em horas de estudo e concentração nas salas de aulas de escolas e cursinhos.
Cobiçando uma vaga no curso de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) ou da Fundação Getúlio Vargas (FGV), João Victor Périssé, de 17 anos, chega ao fim de uma rotina de 15 horas de estudo, que começou em fevereiro. Com a proximidade da prova, o aluno do Instituto Santa Rosa admite o nervosismo, apesar de se dizer uma pessoa ‘tranquila’.
– Acho que chegando perto, vai dando um medo, mas tento manter a calma para colocar no papel o que estudei o ano todo. Tentei levar durante o ano uma vida mais descontraída nos fins de semana, então não deixei de sair muito, mas nessas últimas duas semanas tenho dado um gás final, então não tenho feito muita coisa – comenta o rapaz, que além de se preparar no colégio, frequentou as aulas de um pré-vestibular e estudou por conta própria em casa.
Um pouco mais relaxada, mas também preocupada, Laís Cavalcante, 19, assume as dificuldades em disciplinas como Física e Química, mas prefere não se colocar ainda mais pressão do que a que já existe.
– Não me preparei seguindo o roteiro que meu curso recomendou. Não fui a todos os simulados, faltei muitas aulas e sobretudo não fiquei 14 horas por dia estudando, por isso entendo que vou encontrar alguns percalços. Mas penso que a ansiedade sobressai quando começo a pensar nas possibilidades negativas. Se não conseguir atingir meus desejos agora, a vida continuará seguindo e se mostrando de novas formas – filosofa a aspirante a uma vaga no curso de Jornalismo da UFF.
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