Após três dias de manifesto, o Movimento de Mulheres Olga Benário anunciou que Cabo Frio terá a primeira Casa de Referência para atendimento às mulheres vítimas de violência. A sede será em um imóvel da Rua Itajuru, no Centro de Cabo Frio, o mesmo que o grupo ocupou de sábado (25) até a última segunda-feira (27). Durante a ocupação, a equipe da Folha conversou com Chantal Campello, coordenadora estadual do Movimento Olga Benário. 

– Estamos aqui reivindicando a necessidade e a urgência da criação de um Centro de Referência para atendimento às mulheres vítimas de violência. E dentro desta manifestação estamos aqui organizando a casa, que estava abandonada há mais de uma década, para que ela sirva de sede para esse centro de atendimento. A ideia é atender e acolher mulheres em situação de vulnerabilidade garantindo orientação e auxílio no momento da denúncia das violências sofridas – comentou.

Durante o ato, o imóvel foi batizado com o nome de Casa de Referência Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte, um centro de tortura da ditadura que teria funcionado em Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Ela foi a última presa política libertada no Brasil após 96 dias de tortura e estupros, e desde então se dedicou a dedicar crimes da ditadura, até sua morte, em 2015. Ainda em vida, chegou a receber o Prêmio de Direitos Humanos na categoria “Direito à Memória e à Verdade”, em 2009.

Isabela Moraes, do diretório estadual da Unidade Popular pelo Socialismo, também esteve presente na ocupação, e exaltou a importância da casa ao lembrar que a Região dos Lagos é a segunda mais perigosa para as mulheres.  Para ajudar nas melhorias do imóvel e garantir a infraestrutura do espaço, o movimento está aceitando doações através da chave PIX [email protected]