O atleta cabo-friense Rhuan Davi Santos Almeida, 25 anos, realizou o sonho de jogar na Europa. Em 2020 ele começou a atuar no futebol português e, desde o dia 1º de setembro de 2023, reforça a defesa do GD Valpaços para a temporada 23/24.
– Meu primeiro clube aqui em Portugal foi o Centro Desportivo e Cultural de Carção, ao qual tenho total gratidão por abrir as portas para que eu pudesse começar a minha caminhada no futebol europeu - contou Rhuan à Folha dos Lagos.
Antes de se mudar para Portugal, Rhuan deixou sua marca em alguns clubes brasileiros. Aos 17 anos, teve a oportunidade de chegar até a base do Botafogo (líder isolado do Brasileirão 2023). Cabo-friense de nascimento, aldeense de coração (ele passou toda a infância no bairro Porto do Carro), o jogador atuou, ainda, no CEAC de Arraial do Cabo (Campeonato Carioca sub17), Clube Força Jovem CE e, antes de viajar para Portugal, fez parte do Clube SEB Búzios, com o treinador Gugu Braga e Pedro Rocha. Mas o início foi nas tradicionais escolinhas de bairros, algo que se orgulha até hoje.
– Iniciei minha caminhada no futebol através da Escolinha do Cabo Frio Esporte Clube, aos 14 anos, com o treinador Henrique da Silva, campeão pelo Clube Olímpia da Copa Libertadores em 2002, e com o treinador Renato Penco. Também fiz parte da Escola de Futebol Associação Desportiva Jardim Esperança, com o treinador Rafael Silva e Léo Vianna. Isso mostra a importância de se criar projetos em bairros de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, São Jacinto, Jacaré, Jardim Esperança... Muitos jovens procuram praças, campinhos, áreas de lazer, mas infelizmente muitos desses lugares estão abandonados – contou Rhuan.
Entre CDC Carção até o atual GD Valpaços, o atleta cabo-friense também já emprestou seu talento para o FC Vinhais e Vila Flor SC.
– Na minha saída do FC Vinhais surgiu uma proposta do Vila Flor SC, clube onde joguei 17 partidas e marquei um gol. Após essa passagem surgiram algumas propostas também para o futebol da Mongólia, mas junto com o meu empresário resolvi permanecer em Portugal e aguardar uma proposta melhor - contou.
À Folha, Rhuan contou que a vida de atleta na Europa tem vários pontos positivos. Ele destaca, por exemplo, a maior visibilidade no futebol e valorização do talento. “Mas é preciso trabalhar todos os dias para conseguir os resultados necessários”, reforça. No entanto, os desafios também são grandes.
– Sem dúvidas a distância da família é o maior deles. Conviver com a distância nunca é fácil: perdemos para sempre esse tempo longe dos nossos familiares, e é um tempo que não volta mais. Porém, na vida precisamos sempre tomar decisões que lá na frente, sem dúvidas, terá resultado positivo. Foi isso que fiz e não me arrependo - avaliou.
A escolha pela carreira no futebol de Portugal não trouxe apenas boas condições profissionais e reconhecimento, mas também uma nova forma de olhar para o esporte. Segundo Rhuan, a oportunidade também serviu para que ele percebesse detalhes dentro e fora dos campos, além de leituras táticas que ele disse nunca ter visto antes.
– Acredito que essa é hoje a minha maior conquista. Mas ainda tenho muitos sonhos. Sem dúvidas um deles é chegar a um clube de maior expressão e conseguir ajudar mais a minha família através do meu futebol.
E para os jovens que sonham em um dia trilhar os mesmos passos de Rhuan, ele dá um conselho:
– Em primeiro lugar está a escola. Creio que nada disso que hoje eu estou conquistando seria possível sem meus estudos, sem a educação, sem a formação. Inclusive quero deixar um agradecimento aqui para o Ciep 262 Curvelina Dias Curvello e Escola Municipalizada Lucinda Franciscone Medeiros (ambas no Porto do Carro), e a todos os professores pelo ensino e por terem feito parte dessa história.