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LITERATURA

Semana Teixeira e Souza terá programação em escolas da área rural de Cabo Frio

Programação começa no próximo dia 21 e segue até dia 28 de março

18 março 2025 - 13h17Por Redação
Semana Teixeira e Souza terá programação em escolas da área rural de Cabo Frio

De 21 a 28 de março Cabo Frio vai se transformar em um grande palco cultural para celebrar a 34ª edição da Semana Teixeira e Sousa. Mais do que um evento tradicional, a programação presta homenagem a um dos grandes pioneiros da literatura brasileira e reforça a importância da cultura local. Criada pela Lei Municipal nº 1.106/91, a Semana faz parte do calendário oficial do município desde 2012 e, com sua relevância crescente, passou a integrar também o calendário oficial de eventos do Estado do Rio de Janeiro pela Lei Estadual nº 6.290/12.

Para a edição de 2025, a Folha confirmou que haverá uma série de novidades. A abertura, por exemplo, contará com um grande show na Avenida Assunção, em frente à Casa de Cultura José de Dome (Charitas), com a participação de artistas locais. Além disso, a programação, antes restrita a escolas municipais da área central de Cabo Frio, será ampliada para atender também unidades educacionais da zona rural, incluindo Angelim, Pacheco e São Jacinto. Outra novidade é a criação do Centro de Cultura e Memória Teixeira e Sousa no bairro Jardim Esperança. De acordo com fontes da Folha, o espaço será instalado onde antes funcionava o Restaurante Popular.

Até o fechamento desta matéria, a programação oficial ainda não havia sido divulgada, mas o jornal confirmou que haverá feira literária, apresentações de jongo e capoeira, exposição de artesanato, palestras e lançamentos literários.

O evento é uma homenagem ao escritor, poeta e dramaturgo cabo-friense Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, autor de “O Filho do Pescador”, considerado o primeiro romance brasileiro. Ele era filho do comerciante português Antônio Gonçalves, e de Ana Teixeira de Sousa. Considerado o maior expoente da literatura brasileira, Machado de Assis, aos 16 anos, se referiu a Teixeira e Sousa como “o gênio adormecido”. O apelido deu origem a um poema publicado por Machado em 1855 no periódico “Marmota Fluminense”, com o objetivo de reverenciar o escritor cabo-friense.

Antes de ser publicado como livro, “O Filho do Pescador” foi veiculado em rodapés do folhetim “O Brasil”, entre 6 de julho e 22 de agosto de 1843. Logo depois, no mesmo ano, foi impresso pela tipografia de Francisco de Paula Brito, de quem Teixeira e Sousa veio a se tornar amigo e sócio. Ao longo do século 20 até os dias atuais, raras foram as edições da obra. Em 2024 (181 anos após o primeiro lançamento), a obra voltou a ganhar destaque em todo o Brasil através da Sophia Editora, que lançou uma edição especial e comentada.

O projeto, segundo o editor Rodrigo Cabral, visa não apenas encantar os já admiradores de Teixeira e Sousa, mas também despertar o interesse de novos leitores, ávidos por descobrir os grandes prosadores e poetas que formam a árvore genealógica da literatura brasileira até os tempos de hoje.

O livro, originalmente dividido em 20 capítulos, conta com 595 notas, quase todas elaboradas pelo doutor em Letras pela UFRJ Gustavo Rocha, além de apresentação da professora Hebe Cristina da Silva, mestre e doutora em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas, cuja tese de doutorado estabelece relações entre os escritos de Teixeira e Sousa e o contexto de formação do romance brasileiro. A obra também conta com texto de orelha assinado pelo jornalista e sociólogo José Correia Baptista.