De quinta (20) a sábado (22) a Casa Museu Carlos Scliar, em Cabo Frio, vai sediar o Festival SCLIARizando - todos temos nome e sobrenome”. O objetivo é promover e dar visibilidade ao movimento LGBTQIAPN+, oferecendo ao público a oportunidade de assistir obras que tratam da cultura e da arte deste segmento. Para isso, a programação vai contar com exposição de trabalhos inéditos de Carlos Scliar (1920 - 2001), apresentações musicais, exibição de filmes e mesas de conversa com psicólogos, médicos, historiadores, etc. O evento é uma realização Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura de Cabo Frio, Secretaria Municipal de Cultura através da Lei Paulo Gustavo e toda a programação é gratuita.
A abertura será nesta quinta-feira (20), às 18h, com a exposição Nus, de Carlos Scliar. Artista plástico de personalidade multifacetada, humanista, ele participou ativamente de importantes manifestações sociais e acontecimentos culturais e políticos ocorridos ao longo do século XX.
– A trajetória de Scliar nos permite afirmar que sua obra é decorrente do trabalho ininterrupto, compreendido pelo comprometimento com que tratava questões sociais de liberdade e respeito”, afirma Cristina Ventura, curadora do evento e coordenadora da Casa Museu, que completa: “Atento às relações humanas, onde há disciplina e provocação, liberdade e luta, beleza e cotidiano, valores raros encontrados no respeito ao homem, Scliar foi artista de trajetória singular, a ser revisitado”.
Em seguida, às 19h, será exibido o filme “Cabaré Eldorado: O Alvo dos Nazistas”, dirigido por Benjamin Cantu. Para encerrar a noite, às 20h30 acontece uma mesa de conversa que reunirá a psicóloga Claridad Geraldeli e o psiquiatra David M. Achaval, abordando temas atuais sobre instabilidade política e social.
Na sexta-feira (21), o cinema segue em destaque com a exibição do curta “Point 44”, de Marcio Paixão, às 19h. Mais tarde, às 21h, a programação ganha um tom festivo e provocador com performances de drag queens. No palco, Rodrigo Rodrigues se transformará em Monayra Manon; Lenival Dantas vai incorporar Susan Marx, e Hugo Belford assumirá a personagem PVC, trazendo um show vibrante para o público.
O último dia do evento, sábado (22), às 16h, tem uma oficina de vogue ministrada por Hugo Belford. Em seguida, às 17h, será exibido o filme “Retrato de uma Jovem em Chamas”, da cineasta Celine Sciamma. A programação segue às 18h30 com uma palestra da historiadora Eliza Toledo, doutora pela COC-Fiocruz, cujas pesquisas exploram temas como gênero, violência, história das mulheres e a psiquiatria. Para encerrar o evento, a partir das 20h, os shows de Raisa Alves e Zarinho Mureb fecham o SCLIARizando 2025 com música e celebração.
A Casa Museu Carlos Scliar fica à beira no Canal do Itajuru, no histórico bairro do São Bento, em Cabo Frio.Trata-se de um sobrado oitocentista, com cerca de 1000m², adquirido em ruínas por Scliar, e reformado em 1965 para abrigar seu ateliê. Foi ampliado na década de 1970, com projeto de Zanine Caldas. A casa mantém a ambientação dos espaços deixada por Scliar, com seus objetos pessoais, acervo documental, bibliográfico, gravuras, desenhos e obras. A coleção resulta da produção do próprio artista ao longo de sua vida, somado a uma expressiva e representativa coleção de obras originais dos mais importantes artistas do cenário brasileiro do século XX, os amigos José Pancetti, Djanira, Cildo Meireles, Di Cavalcanti, Aldo Bonadei, entre outros, além de cerca de 10 mil documentos datados desde a década de 1930.