O editor e escritor Rodrigo Cabral lançará em Cabo Frio, no dia 25 de outubro (sexta-feira), seu primeiro livro de poemas, “"refinaria" (Sophia Editora, 120 págs.). O encontro acontece no Espaço Cultural Sophia Editora, no Centro. Será realizada ocupação cultural na altura da Rua Major Belegard 502, das 17h às 22h, com apresentações musicais, exposições de artistas visuais e de obras literárias. Em “refinaria”, o escritor reúne poemas que dialogam com as transformações da paisagem da Região dos Lagos (RJ) e com a memória afetiva. O primeiro lançamento foi realizado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024.
O evento será aberto ao público. Às 17h, o músico e poeta Junior Carriço abre as atividades com apresentação de músicas autorais e de Victorino Carriço (1912 – 2001), seu avô. Victorino deixou importante legado poético para a Região dos Lagos. Às 18h30, é a vez da apresentação do trompetista Reginaldo Mendonça. Das 18h50 às 20h, leitura de poemas e bate-papo com Rodrigo Cabral. Às 20h30, Lis e Rodrigo Britto fecham a noite com voz e violão.
Todo o encontro contará com exposições dos seguintes convidados: Azulamarelo, estamparia artesanal da produtora Marilac Braga; Subverso Zines, do escritor e editor Frederico Tavarez, Selo Iguana e Borboleta, da escritora e editora Eliana Navarro; Laboriosa Produções Poéticas, iniciativa editorial de Júlia Vita e Paula Lemos; Atila Reis, artista visual que fará pintura ao vivo; Rapha Ferreira, artista visual e ilustrador de “refinaria”, com exposição de telas originais do livro; e Retratos da Nana, projeto fotográfico da fotógrafa e escritora Natalia Alves Forattini.
A Sophia estará de portas abertas, com todos os livros disponíveis para consulta e compra. Será, também, momento oportuno para trocas entre leitores e outros autores da editora. Rodrigo Cabral fará sessão de autógrafos durante a noite.
Em "refinaria", Rodrigo utiliza a poesia como ferramenta para explorar cenários em constante mutação. O livro retrata com sensibilidade a relação do autor com o espaço onde cresceu, Cabo Frio e a Laguna de Araruama, a maior do mundo em hipersalinidade permanente. “Ouvi o que esses cenários diziam sobre as memórias, sempre borradas e fragmentadas”, conta.
Rodrigo reflete sobre os processos contínuos de transformação e refino, tanto no território como na própria vida e no ato de escrever. A figueira centenária da rua da infância do autor, por exemplo, torna-se inspiração porque é um dos poucos elementos que permanecem em meio ao que se transforma. Os poemas se movem entre temas como a relação do autor com o pai, a paisagem local e as dinâmicas internas da memória. "O livro também trata da própria escrita, ao texto constantemente revisto, refeito e relido, em um processo contínuo de busca por significado", revela o escritor.
Os versos do livro equilibram a linguagem regional com uma universalidade poética, permitindo que os leitores encontrem pontos de conexão tanto com o cenário local quanto com as emoções e vivências humanas. Além disso, a obra faz referência à formação geológica da camada pré-sal e traça paralelos com a história da cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes (RJ), cidade natal do autor.
Sobre o autor
Rodrigo Cabral, 34 anos, nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) e cresceu em Cabo Frio (RJ), onde fundou a Sophia Editora. Sua escrita é fortemente influenciada pelas paisagens da Região dos Lagos e pelas memórias de infância, temas centrais de sua obra poética.
Em 2024, Rodrigo foi segundo colocado no Prêmio Off Flip de Literatura na categoria Contos e finalista na categoria Poesia. Durante a Flip deste ano, o escritor participou do lançamento das antologias da premiação. Além dele, a mesa foi composta por Ateide Menezes, de Aracaju (SE), vencedor na categoria Crônica com o texto “Crônica da santa de Aracaju”, e do editor do Selo Off Flip, Ovídio Poli Junior. Durante sua fala, Rodrigo apresentou o trabalho desenvolvido pela Sophia e anunciou o lançamento de “refinaria”.
“Em “refinaria”, a escrita parte das memórias. É a contemplação do que se transforma e do que permanece. O poema é sempre um recorte. Ao poeta, cabe tentar coletar a poesia que encontra, em estado bruto, na vida”, disse.
No ano anterior, Rodrigo Cabral conquistou o terceiro lugar no Festival de Poesia de Lisboa e, em 2022, foi também finalista do Prêmio Off Flip na categoria Poesia.