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Luto: Cabo Frio despede-se de Lívia Diniz, uma artista de portas abertas para a imaginação

Cantora, compositora, atriz e psicóloga, a porto-alegrense ajudou a formar novos artistas e talentos em Cabo Frio

04 fevereiro 2025 - 15h16Por Redação
Luto: Cabo Frio despede-se de Lívia Diniz, uma artista de portas abertas para a imaginação

Cantora, compositora, atriz e psicóloga, a porto-alegrense Lívia Diniz fez de Cabo Frio o seu lugar durante mais de 20 anos – e da sua casa, no Jardim Nautillus, um espaço conjugado com a criatividade e a imaginação, pois lá ajudava a formar novos artistas e talentos cabo-frienses. No Espaço Cultural LD, ministrou cursos de teatro ao lado da filha, Débora Diniz, também atriz e produtora cultural. Lívia dedicou parte de sua carreira artística à confecção de obras voltadas para o público infantil.

Ela faleceu na noite desta terça-feira (4),  aos 68 anos, deixando a Cultura da cidade de luto. As causas da morte não foram divulgadas. O velório e sepultamento acontecerão no Rio de Janeiro.

Numa entrevista à Folha dos Lagos, publicada em 10 de outubro de 2014, Lívia compartilhou suas opiniões sobre os produtos destinados às crianças e ao modelo educacional vigente ("antiquados", em sua opinião) e ponderou sobre o papel dos pais na formação dos filhos.

— Sou mãe à moda antiga. Criei minha filha sem nenhuma referência anterior e fui criada pela minha mãe, que já era de outra geração e casou mais cedo, não trabalhou fora. Os pais hoje pisam em ovos, não dão limite. Limite não é ruim, desde que seja feito com amor, pois o que a gente tem de melhor pra dar aos nossos filhos é grátis: amor — disse.

Na época, Lívia divulgava o relançamento de seus dois CDs voltados para o público infantil, gravados nos anos 1990: "Soninho" (1995)"Maternalzinho" (1998).

Ela estava animada com a recepção do público, que continuava a vibrar com as canções.

— O conceito continua o mesmo, só demos uma revitalizada na capa. O público para quem foram dirigidos os discos também é o mesmo. "Soninho" trata da relação entre mãe e filho no período da amamentação. Usei para mim e aconselho que outras mães façam o mesmo, pois cria um vínculo poderoso de amor e de entrega. É uma "caixinha de música" que não precisa dar corda. Já o "Maternalzinho" surgiu a partir da dificuldade de se deixar as crianças na escola. A angústia das mães e das crianças me deixou com o coração apertado. Ele é para amenizar os efeitos dessa fase.

"Soninho" vendeu, na época, mais de 3,5 mil cópias. Por sua vez, "Maternalzinho" teve direção musical do maestro Ubirajara Cabral, fundador do Coral de Ouro Preto, e recebeu recomendação da Secretaria Estadual de Educação junto a outros clássicos, como "Os Saltimbancos", de Chico Buarque; "A Arca de Noé", de Vinicius de Moraes; e "Pianíssimo", de Tim Rescala.

A Folha dos Lagos se solidariza com o luto dos familiares.