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Fotógrafo cabista é selecionado para integrar fotolivro que será exposto na França

Material, feito através de telefone celular, retrata o dia a dia de pescadores artesanais do distrito de Figueira, em Arraial do Cabo

06 agosto 2024 - 15h24Por Redação
Fotógrafo cabista é selecionado para integrar fotolivro que será exposto na França

A história dos pescadores artesanais de Figueira (distrito de Arraial do Cabo), contada através de fotografias, vai integrar um fotolivro que será exposto, em 2025, na França. É que o fotógrafo Raphael Paz foi selecionado pelo Festival Photothings para participar de um intercâmbio de residência artística com o coletivo M.A.L.A. (Morada Andarilha do Livro do Artista), que se destina a quem quiser aprofundar um trabalho de pesquisa e produção em torno do livro de artista.

– A residência é um trabalho voltado para debates sobre artes, história da arte, possibilidades, e terá como foco a confecção de um fotolivro. Serão de quatro a seis meses de um trabalho online, com encontros semanais de três a quatro horas, com vários debates sobre vários temas e componentes do mundo artístico e cultural - explicou Raphael.

As fotos inscritas por Raphael fazem parte da exposição “Tradicionais: essência e resistência da pesca artesanal”, lançada em 29 de junho de 2023 em comemoração ao dia do pescador.

– Nossa temática sempre foi a valorização da cultura local com ênfase nas histórias de vida de homens e mulheres que estão no cotidiano enfrentando sol, chuva, vento, condições adversas de trabalho e resistem em manter essa cultura da pesca artesanal em Figueira. O lançamento aconteceu há um ano, na beira da lagoa de Figueira, no quiosque do seu Vilson, onde os pescadores chegam com o pescado. Depois disso, a mostra já esteve no Palácio das Águias, em Cabo Frio. Também foi tema do programa Expedição Rio (Rede Globo). Agora está no Museu de Arte Religiosa e Tradicional (Mart), em Cabo Frio, e fica em cartaz até o começo de agosto - contou Raphael.

Ao todo são 35 imagens, todas em preto e branco. Nelas o fotógrafo retrata a vivência da pesca e sua cadeia produtiva na Lagoa de Araruama, como a captura do pescado, o tipo de pesca com redes e as embarcações de pequeno porte e sua manutenção. Mostra, ainda, o armazenamento, preparo para a venda e a comercialização do pescado para a comunidade local, turistas e comércio atacadista.

Dessas imagens, 10 foram inscritas na quarta edição do Festival Photothings, que visa estimular a produção fotográfica nacional, e oferecer a oportunidade para que novas produções artísticas possam aparecer e contribuir para a cultura brasileira. Ao todo, são sete prêmios na forma de fotolivros, com apenas sete artistas selecionados. Na categoria “Residência” Raphael conquistou a única vaga em disputa no festival.

– O mais interessante é que todas as imagens que compõem a exposição (e foram selecionadas pelo festival) foram feitas pelo celular como uma forma de acessibilizar a arte, valorizar o território e os trabalhadores periféricos. A fotografia popular tem essa prerrogativa, ser uma arte orgânica que nasce dentro de um território e traz essa valorização cultural de quem compõe e de quem está no dia a dia das comunidades tradicionais de pesca artesanal e comunidade ribeirinha, entre outras. Tem ainda a questão do resgate da memória, de criar identidade, pertencimento, valorização pessoal e afeto que gira em torno disso. A gente só cuida daquilo que a gente conhece. Preservar cultura e memória é um dos deveres da nossa linha de trabalho documental - explicou Raphael.

 

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