GABRIEL TINOCO
“Sábio é aquele que se contenta com o espetáculo do mundo”, já diria o heterônimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis. Neste fim de semana, a peça Hominus Brasilis, da Cia de Teatro Manual, é que faz do mundo um espetáculo, em Cabo Frio. A apresentação, que narra episódios marcantes da história da humanidade, está em cartaz no Teatro Municipal na quinta e sexta-feira, a partir das 20h.
E, para quem faz assinatura da Folha, mais uma vantagem. Membros do Clube do Assinante pagam apenas o valor da meia entrada, ou seja R$ 5: basta apresentar o cartão na bilheteria.
A peça traz fatos históricos com uma maneira de atuar um tanto inusitada. Um grupo de quatro atores – Helena Marques, Matheus Lima, Dio Cavalcanti e Patricia Ubeda – foram escolhidos para interpretar acontecimentos memoráveis com um único aliado: um palco de apenas dois metros quadrados e sem nenhuma montagem de cenário. A linguagem corporal é explorada pelos artistas com um olhar irreverente sobre a passagem do ser humano pelo mundo.
A princípio, foi realizada uma pesquisa sobre o espaço do palco e as possibilidades de encenação de cenas grandiosas. O tamanho do palco foi reduzido propositalmente para os olhares da plateia se concentrarem nas atuações. Inovadora, a proposta agradou ao crítico teatral Lionel Fischer pela ousadia da trama.
– Uma proposta sem dúvida original. Tal desafio, ainda que salutar, poderia resultar numa catástrofe. Mas ocorre rigorosamente o inverso. O resultado é absolutamente encantador, o que demonstra as infinitas possibilidades de expressão que o teatro permite – analisa ele, encantado com as atuações.