Dessa vez a pancadaria foi no Recife onde jogaram Sport X Santa Cruz. Mas as cores, a cidade, o estádio e os nomes das torcidas organizadas representam o menos importante. Porque a violência envolvendo torcedores precisa ser punida com inteligência e penas sérias.
As Secretarias de Segurança dos Estados alertam que não podem abrir mão de graúdo contingente policial para tratar de um jogo, tendo em vista a vastidão dos problemas de um domingo à tarde. Os clubes não são obrigados a arcar com a segurança no entorno dos estádios e suas vias de acesso. E assim, em estados como São Paulo, a solução encontrada foi a torcida única em dia de clássico.
Não sei se isso diminuiu a porradaria no metrô, nos terminais rodoviários, nos bares e ruas. Sei que continuamos sem punir quem briga, faz sangrar e até mata por causa de uma camisa de futebol.
A medida mais adequada é de longo prazo. Mudar a cultura que envolve o futebol no Brasil ressignificando o torcer. Um trabalho conjunto entre escola, mídia, famílias e demais organizações. Enquanto isso, brigões precisam ser identificados e presos. Tal medida não me faz sorrir de contentamento, mas por acaso vocês têm outra solução imediata e melhor?
Se apenas uma parte da energia empregada por multidões em jogos de futebol fosse direcionada a cobrar as autoridades públicas e privadas, contestando abusos, teríamos uma força social estrondosa. Sem destruir obras de arte ou com pancadaria espúria, afinal, não sou um oitojaneirista. No entanto, com convicção de que é preciso exigir para mudar.