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Coluna

Olimpíada

03 abril 2025 - 11h59

Um dos paradoxos mais instigantes, registrado na Bíblia cristã, encontra-se no evangelho de Mateus, capítulo 20, verso 16, diz assim: “Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”. Sob a ótica do pensamento secular, materialista, os últimos serão sempre os últimos. A competição é que determina a hierarquia das posições. Em todo ambiente humano encontramos competição. Sempre haverá alguém competindo para alcançar a primeira posição e apossar-se das premiações e vantagens dela decorrente. 

 Uma das áreas onde encontramos evidências mais profundas da competitividade é no esporte. No topo dessa vertente estão as Olimpíadas, onde os melhores dos melhores de cada país competem para saber quem ocupará o primeiro lugar em diferentes modalidades. As Olimpíadas tiveram origem em 776 a.C.,  na cidade grega de Olímpia, um dos sítios arqueológicos mais importante do mundo. As competições abrangiam as modalidades de atletismo, pentatlo, corrida de bigas e pancrácio (luta). O objetivo era homenagear os deuses gregos e propagar a paz entre as cidades do país. Interessante observar que somente os homens podiam participar dos jogos.

Já os Jogos Olímpicos da Era Moderna, conhecidos como Olimpíadas Modernas, foram concebidos pelo historiador e pedagogo francês, Pierre de Frédy (1863 – 1937), titulado como Barão Pierre de Coubertin. Em 1896 aconteceu a primeira edição desses jogos, em Atenas, como forma de resgatar os Jogos Olímpicos da Antiguidade.  Em 1924, nos Jogos Olímpicos de Verão, em Paris, foi lançado o lema da competição: “Citius, Altius, Fortius - Communis”, mais rápido, mais alto, mais forte e junto.

Em 1989, no Brasil, em outro segmento e com grande popularidade, as Olimpíadas do Faustão, apresentadas como quadro do programa de televisão “Domingão do Faustão”, exploravam habilidades físicas dos candidatos, em diversas modalidades, premiando os que conseguissem completar as tarefas.   

Entretanto, o espírito de competitividade não ficou somente na área atlética. Em 1991 foi criado na França, pelo professor de matemática André Deledicq, a Olimpíada Canguru de Matemática, inspirada em evento semelhante da Austrália, por isso o nome do canguru, e não tem nada a ver com pulos. A Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) organizou em 1979 a primeira Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). 

Em 2024, o Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro-CRA-RJ lançou a 1ª Olimpíada Brasileira de Administração-OBAdm, com o objetivo de estimular o raciocínio lógico e a capacidade de resolver problemas, onde foi registrada a participação de 31.000 competidores. Para 2025 há uma expectativa de a 2ª OBAdm alcançar 50.000 participantes. Na entrega das premiações do 1º evento, assim se pronunciou o presidente do CRA-RJ, Adm. Wagner Siqueira: “Todos que estão aqui têm convicção, compromisso e valores morais. Sabem da importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do papel das organizações na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e humanizada”. 
Se nos Jogos Olímpicos a ética, o respeito e a solidariedade constituem a principal temática, nos jogos sociais, políticos e econômicos, ganha quem for mais esperto, quem consegue mentir mais, quem tem menos ética. A competição na política alcança o mais elevado nível da falta de respeito, não existem competidores, mas adversários, em muitos casos, inimigos. 

Encerro com uma frase de Michael Jordan, ex-jogador de basquete norte-americano, que disse: “Obstáculos não podem te parar. Se você topar com uma parede, não vire e desista. Descubra como escalá-la, passe por ela, trabalhe nisso”