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Coluna

O ano da sobrevivência

Em 2018 a região vai vivenciar as eleições para prefeito. Pelo menos indiretamente. Isso porque praticamente não se observa no horizonte uma candidatura viável com interesse exclusivo na representatividade legislativa. Assim, mesmo que sejam eleitos, esse

05 janeiro 2018 - 16h53

Em 2018 a região vai vivenciar as eleições para prefeito. Pelo menos indiretamente. Isso porque praticamente não se observa no horizonte uma candidatura viável com interesse exclusivo na representatividade legislativa. Assim, mesmo que sejam eleitos, esses representantes vão “esquentar o banco” federal ou estadual apenas para turbinar um projeto político/eleitoral de um pouco mais adiante. Arriscaria o prognóstico que a região ficará sem representante na próxima legislatura, levando a compromisso com deputados “de fora” para que possam deixar algum espaço em seus redutos para olhar para nossas bandas. Isso não é novidade propriamente. Nossas terras já foram bons currais externos e essa vocação também pode se tornar a turbina eleitoral de 2020. 

Seja como for, todas as prefeituras da região tem um tempo limite de seis meses para resolver suas pendências. O problema é o para que resolver. Aí se encontra a encruzilhada. No modo de fazer política à brasileira, o poder público se ajeita em função do calendário político, portanto, responde a projetos de poder puro e simples. Assim, qualquer melhoria será apenas melhoria, quando os tempos de hoje gritam por mudança significativa, por transformação, por abertura de espaços para pessoas não apenas íntegras como também absolutamente competentes no que fazem. Falta à política a noção de serviço. Político deveria se comportar como servidor e não como um ungido de cabeça coroada, a frente de uma corte de bajuladores interesseiros.

Com base em dados, indicadores e reunindo os cérebros certos, foram muitos os governos em todos os níveis e em todas as nacionalidades ao longo da história que constituíram projetos não apenas inovadores como também decisivos para o bem-estar de suas comunidades. Assim, conseguia-se enxergar uma identidade de grupo, uma noção de onde se parte e para onde se vai. O que mais vemos, no entanto, é um caleidoscópio de pequenas peças, se mexendo individualmente para dar alguma visão de volume ao todo. Mais ainda assim, peças soltas. 

Acreditam os paranormais da economia, em sua vidência, que 2018 será um ano de melhora. Particularmente devíamos colocar a devoção em outros santos. É de uma inacreditável ingenuidade alguém conceber capitalismo sem crise. Portanto elas, cedo ou tarde, farão parte do processo. E como gestão é administrar a escassez para que todos possam ter algo de bom, são necessários talento, integridade e inteligência, mas, acima de tudo, planejamento. O que não é mais possível é tentar colocar roupas curtas em elefantes. E isso significa coloca o modelo político tradicional na berlinda;
Sim, pois para sobreviver ele precisa continuar a reproduzir suas práticas e, para isso, precisa de grandes recursos. Mas como esses recursos não são mais graciosos é preciso produzir essas condições.

Só que para produzir essas condições os governos não podem mais ser o que são. Desse modo, manter as coisas como são exigem cada vez mais compromissos externos, loteamento de governos e tudo o mais que apenas servem para manter pessoas e não uma efetiva perspectiva de transformação e desenvolvimento.

Esse ano promete. Vamos apenas ver o que cumprirá.