Algo continua podre no setor administrativo do Governo do Estado. Sem o menor constrangimento, operadoras de crédito sediadas na Baixada Fluminense, cujas conexões se estendem até outros estados, estão tendo acesso aos dados de funcionários públicos e, pasmem as senhoras e senhores, continuam constituir empréstimos consecutivos nas contas dos servidores.
A situação não é apenas grave, é criminosa e vem sendo desconsiderada pelo governo que finge que não é com ele. E não é. De fato o prejudicado é o servidor que se surpreende com vários contratos de crédito, com valores não-solicitados em suas contas, compulsoriamente e arbitrariamente efetuados em seu nome, sem seu consentimento ou, não raro, conhecimento.
Certamente alguém está lucrando muito. Seria uma quadrilha especializada? Os servidores relatam que o tom utilizado pelos atendentes das ditas operadoras varia do deboche, indiferença e, quase sempre, agressividade. Quem está passando esses dados reservados sobre os vencimentos, contas bancárias, contatos telefônicos, endereços e tudo mais para essas empresas? Com que direito o governo do Estado do Rio se permite o papel de cafetão para essas empresas?
Como o governo atual é apenas o mais do mesmo, não se pode esperar muita coisa além da continuidade dessas práticas. Muito menos se pode esperar alguma coisa dos deputados lacaios que negam a pauta do povo em troca dos cafunés do poder. Quem sabe alguém de oposição se anime para uma investigação. Não faltarão relatos e queixas de servidores com esse problema, inclusive com ações ajuizadas que transitaram em julgado. Mesmo assim a vergonha continua.
Resta ao servidor a revolta de ver uma, duas, três, sete ou mais operações de créditos contratadas a sua revelia no contracheque mensal. O sentimento de impotência é grande e para piorar, cabe a ele ônus e o aborrecimento de procurar a justiça para solucionar o problema.
E com essa prática pra lá de sem vergonha terminamos o ano. Mas não se preocupem. Ano que vem tem mais. Muito mais. Preparem os contracheques e os seus advogados. Só não contem com o Estado. Até porque parece estar gostando muito da eficiência desses serviços...