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Coluna

Colapso

17 abril 2025 - 15h51

Emergindo de dentro dos dicionários, tal como uma escura nuvem que se espalha pela Terra, afetando pessoas, meio social, animais, natureza e, principalmente, a economia; assim é o colapso, definido como “alguém ou alguma coisa que entra em processo de derrocada, desmoronamento ou ruína”.

Sob a ótica humana, colapso geralmente é visto como uma condição de estresse físico e emocional, se tornando intolerável. A pessoa fica temporariamente incapaz de ter controle, colocando em risco, inclusive, sua integridade física. No caso do colapso mental, a duração pode ser de horas ou até dias, impedindo o indivíduo de exercer suas atividades, em alguns casos, levando à morte.

Não são somente os homens que estão sujeitos a ser acometidos por um colapso. A natureza, de tanto ser provocada, responde com manifestações de estresse extremo. A Terra testemunha os grandes colapsos que a afetaram, começando pelo dilúvio, descrito na Bíblia no livro de Gênesis, capítulo 7, 23-24: “Assim foi destruído todo o ser vivente que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; e foram extintos da terra; e ficou somente Noé,e os que com ele estavam na arca. E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinquenta dias”. Outro episódio histórico foi o terremoto que ocorreu em Lisboa no dia 1º de novembro de 1755. Nesta data a cidade foi praticamente destruída, agravada por um maremoto com ondas de 20 metros, deixando cerca de 10.000 mortos. 

Numa data mais recente, o tsunami que ocorreu no Oceano Índico em 2004 deixou 227 mil mortos; logo depois, em 2011, um tsunami atingiu a cidade de Fukushima no Japão, com um saldo de 18 mil mortos. Constata-se a Terra está em colapso, o que levou o oceanógrafo francês Jacques Cousteau (1910 – 1997) a dizer: “Durante a maior parte da história, o homem teve que lutar contra a natureza para sobreviver; neste século, ele está começando a perceber que, para sobreviver, deve protegê-la”.

Mais do que sobre os homens, mais do que sobre a natureza, os efeitos de um colapso são devastadores quando atingem a economia, deixando sequelas em todos os segmentos de interesse humano. Em 1929, uma crise sem precedentes, iniciada nos Estados Unidos, afetando o mundo todo, ficou conhecida como “Grande Depressão”, ou “crash da Bolsa de Valores de Nova York”, levando a falência de empresas, suicídio de empresários, debilitação da economia de diversos países que não tinham lastro; em 2008, novamente uma crise com origem nos Estados Unidos, chamada de “Grande Recessão”, ou “Subprime”, levou os bancos de investimentos Lehman Brothers, Bear Stearns e Merrill Lynch, à falência, provocando uma derrocada em cascata; em 2020, a covid-19, uma infecção respiratória aguda, causada pelo coronavírus, altamente transmissível, afetou a economia mundial, principalmente o Brasil, onde foram registrados 36 milhões de infectados e 693 mil óbitos. Na atualidade, o “tarifaço” proposto pelo governo americano, comandado por Donald Trump, está a um ponto de provocar um novo colapso na economia mundial.

E não podemos deixar de falar no colapso que atinge a sociedade moderna, onde os princípios elementares de ética, respeito e honestidade são simplesmente ignorados em nome da ganância. O sistema político cada vez mais desmoralizado pela corrupção, desmando e apropriação indébita da coisa pública, contribui substancialmente para este estado de esgotamento e descrédito que afeta a maioria da população. 
O homem colhe o que plantou, nele está a origem dos males desse mundo, alimentado pela ganância e a soberba.