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Coluna

A FIA não quer mais essa p*rra

06 fevereiro 2025 - 15h23

Mohammed Bem Sulayem, presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), iniciou uma cruzada contra os palavrões proferidos por pilotos de Fórmula 1. E, como toda cruzada que se empreende, ultrapassou os limites do respeito e perdeu a medida na separação entre justiça e injustiça.
Segundo Sulayem pilotos não são rappers. Os primeiros são educados, com temperamento refinado e talvez sangue azul. Os segundos são desbocados, imprevisíveis e talvez seu sangue sequer tenha cor.

O desejo da FIA é que pilotos não falem palavrões tanto no cockpit quanto em entrevistas no box, pódio ou área mista. Ou seja, nem um porra sequer poderá mais acontecer, porque as medidas punitivas começam com multa e podem chegar a perda de pontos e até desclassificação.

Ainda em entrevista, Sulayem afirmou que “É preciso diferenciar o automobilismo da música rap”. E isso me leva a uma breve digressão: Será que ele ouve muito rap, ou ouviu uma única música em uma situação isolada e daí tirou essa conclusão rochosa?

Voltando a crônica, entendo que o esporte ensina. E, por isso, deve-se pensar no que acontece nos campos, quadras e pistas. Contudo, precisamos compreender o lado – ou a totalidade – humana do atleta. Entrevista logo ao fim de uma disputa acirrada e desgastante não é bom, pois é natural que os ânimos estejam a flor da pele. Ou seja, os protocolos estabelecidos em nada ajudam.

Não precisamos, tampouco queremos, de atletas grosseirões e violentos. Mas convenhamos, Sr. Sulayem, um porra também não mata ninguém.