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Coluna

8 anos depois...

20 fevereiro 2025 - 15h06

Como vocês podem imaginar diante das colunas anteriores, não foi fácil para mim. E por mais plena que seja a maternidade da sua vizinha aos seus olhos, e por mais fofos que os stories daquela moça que acabou de parir sejam, também não está sendo fácil para elas. Porém, se a comparação estiver presente, é óbvio que o sentimento de angústia vai surgir quando você se deparar com a moça que voltou ao corpo imediatamente após o parto, ou aquela outra que dá conta de ir para o trabalho, fazer academia, preparar o almoço e limpar a casa. O que elas têm que eu não tenho? Que péssima mãe sou eu que estou aqui chorando depois de 4 horas em pé balançando meu filho que não para de chorar também, quando o bebê que acabei de ver no YouTube é um anjinho que já fala sua primeira palavra aos 4 meses de idade? Exageros a parte, apesar das questões fixas que toda mãe vai passar, seu entorno é único e cada maternidade é uma maternidade.

Não existe mãe que dê conta de tudo e não adoeça em algum aspecto sem suporte. O suporte é imprescindível. Seja ele prático, no dia a dia, seja ele financeiro. E convenhamos, ter dinheiro nessas horas é com certeza primordial. A moça vai à academia porque ela pode financeiramente arcar com isso, seja com uma babá em casa, seja a mensalidade da academia. A outra está dando conta de fazer o almoço e limpar a casa, mas quais são as bases para que ela esteja em pé para isso? Se comparar é veneno puro para seus pensamentos e cobranças.

8 anos, suspeita de APLV (alergia a proteína do leite de vaca) no início do processo, fim da amamentação antes do planejado (que dói mais na mãe que no bebê, as vezes), atraso na fala, diagnóstico de autismo e TDAH, divórcio, depressão e muita terapia depois, cá estamos nós em pé. Gael vai completar seus 8 anos com sorriso no rosto e uma mãe orgulhosa de ter vencido. Uma mãe que chorou muito ao longo desses anos achando que não daria conta, que não teria forças pra sair de buracos profundos, mas que tirou forças dentro da própria maternidade e do amor genuíno pela sua cria pra virar todos os dias um jogo diferente a seu favor.

Hoje, Gael tem todo suporte do mundo, amor por todos os lados, profissionais capacitados e eu não posso jogar isso ao acaso. Gael hoje tem tudo isso porque a mãe dele descobriu dentro de si uma força que nem em sonhos imaginava ter. Antes de finalizar esse trio de colunas sobre maternidade, gostaria do fundo do meu coração dizer para cada mãe que está lendo isso: vocês não estão sozinhas. Eu admiro cada uma, que todos os dias, diante de suas realidades, se levantam para educar, cuidar e proteger a si próprias e seus bebês. Mas principalmente, cuidem de vocês! Obrigada a cada um que participou da minha trajetória e pôde fazer parte dessa rede de suporte que por muitas vezes me salvou, e alguns nem sabem. Cuidem de mães para que elas possam cuidar!