RIDÍCULO
Beirou o ridículo a atitude dos jogadores da seleção brasileira no imbróglio da Copa América. A nota emitida mais parece uma birra de criança. Não foram sequer contundentes com relação aos mortos, ao risco de contágio e, no mar de eufemismos, emplacaram o anacrônico e forçado “dever cívico” de servir à seleção. Talvez o público tenha esticado a corda demais ao esperar outra coisa ou realmente a marola foi uma jogada ensaiada. Afinal, uma cortina de fumaça verde e amarela cai muito bem no Planalto nesse momento.
DESFECHO
Que a CPI cada vez mais reúne provas contra o Governo Federal (das mais evidentes às mais surpreendentes) não chega a ser novidade. O que será feito com elas é que tem intrigado o meio político. Na demora por um desfecho, o governo ganha mais tempo e mostra que sabe como gastá-lo. Enquanto isso, uma nova onda de contaminações já se desenha no horizonte com o fantasma da variante indiana (que tem se mostrado muito mais agressiva), em um país de vacinação cambaleante que atingiu apenas 11% de cobertura.
FEDERAÇÃO
O Projeto de Lei 2522/15 que possibilita a criação de “federações de partidos” vai agora tramitar em regime de urgência. Com o fim das coligações muitos partidos que não conseguiram atingir as cláusulas de barreira por desempenho eleitoral ou caíram no ostracismo ou se fundiram, perdendo sua originalidade. Com a federação a aposta é uma união que mantenha a identidade, mas gere as condições para que a entidade tenha direito ao fundo eleitoral, tempo de televisão e representação parlamentar caso atinja as metas. A medida a princípio valeria para uma legislatura e em caráter nacional.
CRISE
Quem acompanha pelas redes sociais o trabalho do padre Julio Lancelotti em São Paulo pode ter uma trágica medida da crise humanitária que vem arregimentando cada vez mais pessoas por lá e pelo Brasil afora. O número de pessoas que encontram na rua a última fronteira da sobrevivência tem se tornado alarmante. Não é à toa que a cesta básica vem subindo progressivamente, sendo o RJ um dos quatro estados com maior custo de vida. E a tendência é piorar ainda mais.
DO PERU
As eleições do Peru foram didáticas para a América Latina na atualidade. Por lá, as forças progressistas conseguiram entender a necessidade e os mecanismos certos de uma união em torno de um projeto de resistência e de um programa realista e factível. Já no Brasil... Enquanto isso o presidente da Argentina Alberto Fernández requenta o velho conto de fadas argentino de que, em meio aos selvagens, mestiços indígenas e afrodescendentes, seu povo é uma ilha povoada pela civilizada branquitude europeia. Como diziam os antigos, essa foi “do peru”. Que falta faz um bom livrinho de história.
ALVO
Katlen Romeu e o menino João Pedro são exemplos da covardia e da indiferença sociais que fazem da cor da pele um alvo naturalizado como “dano colateral”.