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Coluna

Jornal de conquistas

11 novembro 2022 - 09h04

O jornalismo livre é um fator indispensável à democracia. Infelizmente tem sido bastante corriqueira uma interpretação equivocada da palavra liberdade. Ela só existe onde há limites, ou seja, só sabemos o que é ser livre quando confrontados com as balizas que demarcam essa liberdade. 

Por isso, ao produzir conteúdo, a imprensa tem a obrigação e o compromisso com a ética e a apuração isenta dos fatos, apresentados de modo consistente. Em tempos nos quais se pulverizou a produção de notícias, o compromisso com a verdade passou a ser um mero ponto de vista. Disseminação de notícias falsas, pós-verdades, argumentação tendenciosa e assassinato de reputações se tornaram estruturas pelas quais as mais bizarras e perigosas ideias são criadas e compartilhadas. 

Durante todo o seu percurso, a Folha dos Lagos primou pela realização do Jornalismo, com J maiúsculo. Chegando a mais um marco editorial, torna-se obrigatório o reconhecimento das suas qualidades e diferenciais. 

A começar pela resiliência, demonstrada pela sobrevivência e longevidade do veículo, adequando formatos, reorganizando periodicidade, experimentando diagramações e inovando no diálogo com as novas tecnologias. A ética é um dos maiores destaques. Uma notícia publicada pela Folha tem a garantia do traço criterioso, do direito ao contraditório, da verificação responsável e do foco no elemento mais importante, o leitor. 

Ao longo de 20 anos pude acompanhar essa história, a maior parte dela como colunista, transitando entre os mais variados assuntos e temáticas. Mas também tive o privilégio de compartilhar momentos nos quais foi possível contribuir e colaborar na “cozinha” das edições, experiência inesquecível. E, claro, assim como todos os que sempre viveram o que se tornou a marca Folha, participar das festividades, dos eventos, das premiações e das ações sociais.

Não podemos deixar de lembrar a transcendência do papel impresso para a mobilização real, quando o jornalismo se encorpa e transforma em protagonismo social, como nos casos do “Projeto Verão” e do “Cidade Viva”, discutindo a cidade de modo plural e propondo, por meio da participação ativa dos agentes públicos e privados, soluções locais e viáveis para a melhoria da cidade e da região.

No seu aniversário de 25 anos tive o prazer de participar como autor e organizador da publicação que contou um pouco da história do jornal. Para isso, foi necessário pesquisa de arquivo. Revisitando as páginas das antigas edições, as lembranças de tantos e tantos agentes políticos, sociais, de notícias antigas que de tão atuais parecem ter sido impressas para a semana. 

Por tudo isso é importante reverenciar todo esse trabalho, de tantas mãos, de tantos talentos, iniciado pelo experiente jornalista Moacir Cabral e continuado pelo seu filho, Rodrigo Cabral que, além do jornalismo, adentrou no mundo das letras e da difusão dos saberes, com a Editora Sophia. 

Assim é a Folha, a nossa casa, o nosso lugar, o veículo que nos orgulha e que ainda baterá outros recordes e metas. Afinal, o espaço para a verdade, para a liberdade democrática e para o desenvolvimento da consciência crítica e cidadã não é uma dádiva, e sim uma conquista que o jornalismo coerente e o jornal responsável torna realidade.