Qual o Segredo da felicidade??
Esta é uma pergunta que, certamente, terão respostas diferentes dependendo de quem as responda. Para um monge budista a felicidade está dentro de nós; para um pároco, em Deus; para um espírita, na caridade; para um ateu, em coisa alguma; para uma mãe, no filho; para uma criança, no brinquedo. A felicidade, essa menina sapeca que adora brincar de esconde-esconde – as vezes perto; as vezes longe, anda confusa com tanta correria, tanto afobamento, confundindo-nos também. Talvez, ser feliz seja, simplesmente, não ter a obrigação de sê-lo.
Zaratruska, aos 30 anos, (Assim Falava Zaratruska ) decide sair de casa e subir as montanhas buscando a felicidade na sua solidão. Durante 10 anos gozou desse encontro consigo mesmo. Segundo ele a felicidade começa na solidão. Depois desse longo tempo isolado sentiu a necessidade de compartilhar o que descobrira com as outras pessoas. Quando a felicidade transborda é preciso distribuí-la.
A vida moderna engessa a felicidade quando torna a procura por ela uma obsessão. Toda procura gera angústia que, ao contrário do que desejamos, não nos torna felizes. A felicidade não é quadrada. A felicidade é redonda bola entrando no gol. A felicidade é o instante do gol: explosiva, intensa, maravilhosa e... rápida! Fazer “gols” é a difícil e deliciosa meta do encontro com a felicidade. Não é todo dia que “balançamos a rede”, pelo contrário, na maioria das vezes é muito suor, corrida, tensão, esforço! Podemos até fazer uma “bela partida”, mas se “as bolas não entram” sentimo-nos frustrados.
A frustração é sabor amargo pra felicidade. A expectativa é mãe da frustração que por sua vez traz-nos a angustiante decepção. Esta dose tripla de sentimentos: expectativa, frustração e decepção tão intensos nos dias atuais nos distancia de momentos felizes. A felicidade é leve, moleca, colorida; a felicidade é água fresca matando a sede no dia quente; é descanso sob a sombra de uma árvore; o abraço reconfortante quando se precisa; encontro com pessoa querida; música que emociona e arrepia; pedaço de pizza com queijo esticando na boca; um bilhete deixado em algum lugar; resultado do exame dizendo saúde; uma soneca após o almoço; café com bolo em dia chuvoso; plantação e colheita; uma estrada bonita que leve pra qualquer lugar; mar e mergulho; uma taça de vinho; uma lua cheia; uma borboleta pousada na flor; a orquídea que se abre; um filme com pipoca; a comida gostosa na mesa; filhos chegando em casa; o peixe fisgado depois de tempo; o por do sol esperado; a gargalhada da criança; conversa na caminhada; as contas pagas...
A felicidade está nos ligeiros instantes porque é efêmera. Quando deixamos escapar um momento de alegria por desatenção ou descuido perdemos a oportunidade de provar do gostoso sabor desse sentimento prazeroso. É preciso prestar atenção nas pequenas coisas que parecem nada. Nelas moram a felicidade que se procura longe. Felizes os que sabem disso.